Pages

Poema: Na palma da mão



Breviário dos estudos de nossa natureza
(poemas concebidos sob torpor)

I

O fio que tece a linha
Segue adiante:
Esparge na folha branca -
Reverbera seus timbres
Na trêmula direção do mundo

Ora se embaça
Ora se enovela

Imbrica no plano claro
Confundindo o espaço,
Seguindo a rígida tela opaca

Ora é desenho
Ora é compasso

Explorando o vazio 
Invadindo a sala

Ora é uma casa
Ora é uma igreja

Na composição da imagem
Que se justapõe
O olhar que permanece 
vítreo e fixo
                       
II

No traço trêmulo
Percebe-se o esforço
Com os limites 
Do branco
Nada se pressente
Que ultrapasse 
Esse fio 
Das minhas mãos perenes