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Pedro Mattar: Modo mulher


Senhoras e senhores, preparem suas calcinhas e ajustem suas cuecas. Este texto é um alerta sobre as fronteiras que separam os machos e as fêmeas no incrível universo humano. 

Meu binóculo de enxergar evidências acabou de registrar uma porrada de fatores que fazem parte da fauna constituída por nós, ao lado dos bichos, sutilezas que diferenciam o gênero masculino e o feminino. É um fato que sobrevive há séculos produzindo atitudes de um lado e de outro, algumas explicáveis e outras que jamais entenderemos.

Poucos registraram a fusão e a confusão ocorrida nas classes escolares mistas, desde que foram introduzidas há muitos anos. Sob a desculpa de harmonizar o ensino entre os dois gêneros humanos, as classes mistas nas escolas encobrem o mais gritante choque cultural entre animais da mesma espécie, já que homens e mulheres carregam diferenças radicais na forma de pensar, agir e formular soluções. 

Nada do que foi convencionado pelo tempo entre eles faz sentido prático. Existem razões mais que comprovadas para entender que a cabeça masculina sofre influências decisivas abaixo da linha do equador. 

Nada que venha acontecer nesse rumo irá mudar essa linha de perspectiva: homens buscam, de forma permanente, orifícios adequados onde introduzir seus artefatos genitais, nascem com fixação instintiva de penetrar o latifúndio feminino onde isso seja possível e permitido. 

Trata-se de uma atitude promovida pelo(a) libido, e o libido masculino só é comparável a um trator desgovernado, ele não pensa, só age.

Antes de começar a avaliar a mulher nesse contexto é prudente avaliar o cenário onde a realidade seja considerada. Há um abismo invisível e nem sempre explicável entre o perfil masculino e o feminino, cada um trata suas conclusões finais sobre o outro de um modo absurdamente distinto. 

Enquanto os homens são mantidos nos limites do seu obelisco existencial, as mulheres se agarram em raciocínios mais complexos, menos lógicos e secretamente elaborados.

Não se sabe a razão mas a complexidade feminina continuará sendo o mais rico armazém de atitudes incompreensíveis. Enquanto na lógica masculina o senso comum prevalece, no caso feminino ignora-se solenemente a racionalidade. Aliás, inexiste o racional e predomina o elemento surpresa, a absoluta ausência de lógica, arrisco dizer. 

O cérebro feminino é uma usina nuclear de alta produção, dá a nítida impressão de que existem vazamentos e riscos na sua imediação. Fazer previsões seguras e criar expectativas sobre modo mulher será sempre um exercício de adivinhação. 

Dormir com uma mulher não assegura acordar com exatamente a mesma figura no dia seguinte. Prevalece uma química sem nenhuma formulação prévia para explicar o fenômeno. Trata-se de um exercício de imaginação tentar desvendar manipulações mentais que expliquem o que se passa na mente feminina. 

O que é a paz na sua plenitude, neste instante, pode se transformar em uma inexplicável e cruel  guerra no momento seguinte. Isso acontece sem que haja razões que sustentem uma sustentável lógica. 

O viver feminino não obedece o mesmo roteiro que orienta o viver masculino. Se for racionar iremos comprovar que somos incompatíveis mentalmente. O que nos une é o tesão. A felicidade que você sente ao lado da mulher amada será pulverizada em instantes e você jamais saberá explicar onde ela foi parar. Sua parceira de uma vida toda simplesmente responderá que você não é digno de esclarecimentos, caso queira saber as razões. E você terá que se conformar com os limites da sua ignorância.

Viver com uma mulher é exercitar o inexplicável. O melhor é fazer bom uso da sua ignorância.