Na semana passada Renan ficou abusado. Logo depois da desastrosa votação da Lei Anticorrupção na Câmara ele tentou uma manobra típica de tiranete inconformado: inventou uma urgência urgentíssima e tentou colocar o projeto em votação porque lá tinham inserido seu sonho de consumo: a questão do abuso de autoridade. O senado deu-lhe uma sova jamais vista.
Renan não ouviu o conselho do Juiz Sérgio Moro na celebrada sessão do senado em que ele (Moro) afirmou: "agora não é o momento para isso". Achou que tinha espaço quando ouviu, no mesmo evento, o Ministro Gilmar Mendes fazer o desafio: "quando então será o momento adequado?".
Está claro agora que, de fato, esse não é o momento de cutucar o Judiciário com vara curta, não é?
Em seguida, o STF fez com que Renan se tornasse réu no antigo caso de pagamento de pensão alimentícia a uma filha fora do casamento.
Renan fragilizou-se a amuou. Escondeu-se numa propriedade rural nos cafundós de Alagoas e lá ficou matutando.
Havia prometido voltar essa semana a Brasília e botar pra quebrar. Ele colocaria em votação um projeto com o tema de abuso de autoridades contra juízes, promotores e delegados da PF para mostrar que tinha coragem para enfrentar o judiciário.
No domingo, as manifestações contra ele foram tão fortes como contra Eduardo Cunha em tempos recentes.
Teve senadores e deputados ensaiando bravatas contra manifestantes divulgando vídeos pela internet. Tiro no pé.
Enfim: no final da tarde de hoje Renan foi abatido em pleno voo.
O Ministro Marco Aurélio de Mello, acatando um pedido da REDE, afastou-o liminarmente do cargo.
Dificilmente Renan voltará. Ele tem poucos dias de mandato. Mesmo que recorra, o tempo de tramitação corre contra ele.
Pra quem ainda não conseguiu entender o que está acontecendo, pelo menos pode ir dizendo "Tchau, querido".