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No Brasil, a direita superou numericamente a esquerda

Pesquisa Datafolha publicada ontem (realizada entre os dias 7 e 8) mostra mudança significativa do espectro ideológico declarado da sociedade brasileira. 

Há cerca de uma década lembro-me que as pessoas ficavam com vergonha de se classificar como sendo de "centro-direita" ou mesmo de "direita". Era mais confortável se dizer de "esquerda", mesmo que isso não fosse verdade. 

Esse definição ideológica conferia um certo humanismo e modernismo ao declarante e, como sempre afirma Luiz Felipe Pondé, facilitava pegar mulher gostosa na faculdade. 

Mesmo que esse tipo de pesquisa tenha caráter duvidoso, visto que sinto que a maioria não saiba exatamente o que seja "esquerda" e "direita", o fato de as pessoas se autodeclararem de "centro-direita" (11%) e de "direita" (20%) mais do que de "esquerda" (15%) e "centro-esquerda" (11%), mostra uma mudança representativa. 

O Datafolha revela também que aqueles que se consideram de "centro" (24%) e que responderam "não sabe" (19%) formam a maioria (43%). 

Talvez aí que more o perigo: gente em cima do muro pode significar muita coisa, mas pode ter certeza de que essa é a taxa de incerteza, baixa escolaridade, alheamento da realidade, pobreza e medo. 

Essa mudança de mentalidade (preferir a "direita" do que a "esquerda" tem muito a ver com a decepção provocada pelos anos PT no poder. Certamente, parte da população está procurando outros referenciais ideológicos, mesmo que não saiba com clareza teórica quais são as bandeiras que ela defende. 

Como me coloco na defesa da social-democracia certamente faria parte da "centro-esquerda". Mas, como reina muita confusão de pensamento na atualidade, alguém poderia me colocar no campo estrito da "direita" ou "centro-direita". 

Como estou me lixando para esse tipo de rótulo (não tenho mais intenção de fazer pose de inteligentinho para pegar menina gostosa na faculdade) acredito que meu campo político seja multifatorial. 

Ao me deparar cm qualquer situação faço aquelas duas perguntas fundamentais de Kant: "e se fizessem isso comigo?". "E se todo mundo se comportasse assim?"

A partir daí adoto minha opinião. Se reconhecer que estou errado, mudo; se ver que estou certo, contesto a mim mesmo e procuro me reposicionar. Sou volúvel. Geralmente, quando acordo de "direita", termino o dia de "esquerda" e vice-versa. 

Cheguei à conclusão que a ideologia não importa mais. O importante é ser feliz.