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Memória: o que aconteceu com a investigação do MP sobre a República de Maracaju?


Nos primeiros dias de setembro de 2014 o jornal O Globo (veja reportagem completa aqui) noticiava que  Ministério Público decidiu investigar supostas fraudes em contratos de duas empresas de Mato Grosso do Sul: Suzini & De Paula e Romero & De Paula. 

Suspeitava-se na ocasiã que havia com uma rede criminosa entre as duas empresas com prefeituras do Estado. 

As duas empresas estavam registradas em nome de familiares de auxiliares do então deputado federal Reinaldo Azambuja, candidato do PSDB ao governo do estado.

Pelas informações em poder do Ministério Público, as duas empresas firmaram pelo menos dez contratos de assessoria jurídica e orçamentária com prefeituras de aliados políticos nos últimos quatro anos.

A suspeita do Ministério Público na época era de que as duas empresas eram contratadas para facilitar o direcionamento de determinadas licitações em algumas prefeituras e, a partir daí, levantar recursos para campanhas eleitorais sem despertar a atenção da fiscalização. 

A investigação surgiu a partir da apuração de uma suposta fraude na contratação da HS Informática pela prefeitura de Aquidauana. Durante as investigações, apareceram indícios de que a Suzini & De Paula ajudou a direcionar o edital para garantir a vitória da HS.

Ao aprofundar a apuração, o promotor José Maurício Albuquerque se deparou com indicativos de que a Suzini & De Paula teria sido contratada de forma ilegal. 

O Diário Oficial teria sido liberado à circulação local sem a página onde constava o edital com as regras para a contratação da empresa de assessoria jurídica, o que teria facilitado a vitória da Suzini na disputa. Numa segunda etapa, o promotor recebeu informações de que outras prefeituras teriam contratado sem necessidade os serviços da Suzini e também da Romero & De Paula (ou Romero & De Castro).

A Suzini está registrada em nome de Raphael Suzini de Paula, filho de Sérgio de Paula, ex-chefe de gabinete e um dos coordenadores da campanha de Azambuja. A Romero está em nome de Enedir Fontana, mulher de Guaraci Fontana, ex-secretário de Fazenda em Maracaju, quando Azambuja era o prefeito da cidade. O nome de Guaraci apareceu no escândalo sobre fraudes na Assembleia Legislativa do Mato Grosso do Sul, em 2010.

Essa é a notícia de 2014. Pergunta-se: o que aconteceu com essa investigação? Ela foi concluída? Ela foi encaminhada? Ela chegou às mãos do Procurador Geral da União (PGU) Rodrigo Janot? Há novas informações em torno do assunto? Quem sabe? Alguém viu ?

Mistério. Fiz pesquisa em profundidade sobre o assunto na internet e por outras fontes e não encontrei nada. Quem sabe de alguma coisa, desconversa; outros, tem medo de falar. 

Tudo estranho. Muito estranho.