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Deputados rejeitam dono do governo de Azambuja


Não é de hoje que a maioria dos deputados estaduais rejeita a interferência indevida do secretário Sérgio de Paula em assuntos do Legislativo. Individual ou coletivamente, eles se manifestam contra a postura autocrática e vulgar do personagem quando ele fala em nome do governador Azambuja. 

Uma reportagem no site Midiamax com a declarações do deputado José Teixeira é emblemática nesse sentido. 
Dias atrás o deputado Picarelli (PSDB) também fez uma abordagem clara nesse aspecto. 

Sempre fica a ideia de que De Paula é o dono do governo e, Reinaldo, um mero coadjuvante que obedece ordens. O homem está se tornando insuportável.

As versões para que as coisas sejam assim são variadas. 

Umas dizem que Azambuja tem tendências depressivas e procura se afastar de "aborrecimentos" assim que eles surgem. De Paula, então, "cuida de tudo".

Outros comentam que o governador gosta de mandar De Paula fazer aquilo que ele não tem coragem e não gosta de executar: conversar, decidir, por a mão no barro fétido da política. Essa é a versão benevolente.

Há quem diga que Azambuja é refém de seu Secretário pelo simples fato dele ter o domínio da vida íntima do governador nos seus aspectos controversos. Essa é a versão maliciosa. 

Acho que tem de tudo um pouco. Mas a questão de base não é essa: o governador não percebe que pouco a pouco que sua autoridade se esvai com a presença do secretário mais próximo e que o eixo do poder deixa de girar em torno dele. 

No mundo normal, o governador pediria mais discrição a Sérginho, menos aparição na mídia, mais bastidores e menos holofotes. Mas quem segura um narcisista complexado como De Paula, que cultiva obsessão pelo mandonismo e tem ciúme doentio do governador? 

Nesse caso, o governo hoje se divide em dois pólos: aqueles que enxergam que as chances de reeleição de Azambuja será reduzida à medida que De Paula for aumentando seu poder e aqueles que estão convencidos de que o governador revitaliza sua gestão mandando o chefe da casa civil para bem longe. 

A decisão, de fato, é angustiante.