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Contratos com Pirâmide Informática são coisas de Faraós


Uma notícia chamou a atenção hoje na mídia Campo-grandense. O Blog do Nélio publicou reportagem que coloca sob suspeita a relação entre o presidente do Tribunal de Contas do Estado, Waldir Neves, e uma empresa de informática de Campo Grande, a Pirâmide Central Informática, cujos proprietários são Anderson Da Silva Campos e José do Patrocínio Filho. 

No meio dessa história, um contrato de R$ 9,4 milhões, válido por 12 meses

O blog do Nélio registra que o edital que selecionou a Pirâmide contraria uma série de recomendações que o próprio TCE/MS faz regularmente a todos os órgãos públicos que fiscaliza, desde a composição do processo de compra até a elaboração do edital em si.

A notícia - meio enrolada do ponto de vista narrativo, mas jornalismo tem dessas coisas - indica que tem algo esquisito nessa história. 

Como se sabe, fim de ano, festejos, férias, distrações mil, ninguém presta muita atenção nesses detalhes. O Ministério Público Estadual, pelo sim ou pelo não, devia abrir processo investigatório para verificar o caso. 

Não somente pela escolha da Pirâmide - nome estranho, dada a sua simbologia -, mas pelos precedentes havidos no passado. 

Em setembro desse ano, por exemplo, o diretor-presidente Gerson Claro Dino do Detran-MS (Departamento de Trânsito de Mato Grosso do Sul) dispensou licitação para contratação da mesma pelo valor de R$ 4.944.000,00. Veja reportagem no período publicado no Midiamax. 

A nota publicada no Diário Oficial do Estado (dia 06/09) não explica as razões de dispensa licitatória feita pelo diretor, já que o despacho afirma que Gerson Claro ratifica “a inexigibilidade e/ou dispensa de licitação”, não informando se foram usadas as duas modalidades distintas de licitação ou apenas uma delas para justificar o ato.

O procedimento foi feito para cobrir despesas com contratação emergencial de empresa especializada na prestação de serviço de implantação, manutenção e operacionalização do sistema de registros de documentos do Detran.

Sabemos que o Governo não exala "nem cheiro de corrupção", na famosa frase da vice-governadora Rose Modesto. 

Mas bem que poderiam verificar os estranhos acontecimentos envolvendo esses contratos dos faraós.