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2017: 100 anos da Revolução Russa


Omercado cultural terá um filão importante a ser explorado no próximo ano: os 100 anos da Revolução Russa de Outubro de 1917. Alguns veículos da grande mídia já começaram a dar as primeiras pinceladas analíticas sobre o tema. 

Na edição dessa semana da Revista Veja, o jornalista Roberto Pompeu de Toledo, escreveu um ensaio histórico curioso sobre o ambiente político e social brasileiro em 1917 (em plena I Guerra Mundial), mostrando como o movimento operário nas grandes cidades encontrava-se em ebulição com as "injustiças perpetradas pelo capitalismo selvagem" em sua fase industrial. 

Na onda do revisionismo histórico que vem por aí figuras como Lenin, Trotsky, Stalin, Hitler, Mussolini, Churchill, Gandi, Roosevelt e tantos outros serão esquadrinhados como nunca foram, e, com isso, as ideias de Marx, Engels etc., voltarão a ser discutidas dentro de uma ótica marcada pelos novos tempos, fora dos esquematismos tradicionais da esquerda.  

É inegável que a Revolução Russa mudou a cabeça do mundo. Sem ela, não pensaríamos da mesma forma, a democracia concebida teoricamente seria outra. 

Se 2017 for um ano ruim como promete - pelo menos teremos o consolo de olhar para os últimos 100 anos para encontrar respostas para o próximo período. 

O ensaísmo criativo possivelmente encontrará respostas especulativas de como 1917 produziu líderes com pendores revolucionários, pregando um mundo mais justo, menos desigual, menos politicamente selvagem, colocando em cena a classe operária e seu "heroísmo", e, agora, em 2017, como fez surgir personagens como Trump,  Marie Le Pen, Putin e tantos outros que conhecemos, fazendo uma espécie de guinada na direção do retrocesso. 

Será o momento de perguntar o que aconteceu com a esquerda e a direita, com o liberalismo e a social democracia; com a contracultura e o retorno ao conservadorismo; o multiculturalismo e o islamismo. 

De 1917 até o momento temos um longo caminho a percorrer. A efeméride é a chance que vamos ter para compreender melhor quem somos e o que estamos fazendo aqui. 

Para aqueles que gostam, boa viagem....