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O dilema de Azambuja: o que ele fará com as promessas de Rose?


A candidata tucana à prefeitura de Campo Grande, Rose Modesto, teve 169.660 votos. Isso significa, em linhas gerais, que suas propostas e promessas convenceram parcela expressiva do eleitorado da cidade.

Para esse contingente, as obras e programas advindos de parcerias com o governador Reinaldo Azambuja era exequível e necessário. 

Enfim, a conquista desses eleitores (41,2% dos votos válidos) tinha por base o respaldo governador. 

Noutras palavras, as promessas de Rose foram mais do que endossadas pelo governador. 

Ambos só faltaram dizer na campanha que Campo Grande teria dois prefeitos do PSDB. 

Em todas as áreas seriam investidos recursos suficientes para fazer uma verdadeira virada na Capital, algo que não foi possível por causa da teimosia de Alcides Bernal.

Esse discurso foi martelado nos últimos meses. Transformou-se numa espécie de mantra. 

Muito bem: o eleito foi Marquinhos Trad. 

O que Azambuja fará com as promessas de Rose?

Se ele não ajudar Marquinhos a cumpri-las dará forte argumento de que tudo se tratava de lorota.

E essa lorota será cobrada lá na frente quando ele for candidato à reeleição, certo?

Mais grave: ficará parecendo que Azambuja, num gesto de mesquinharia, negou à população campo-grandense a realização de investimentos que ele prometeu que faria caso fosse eleita sua candidata.

Se ele cumprir as promessas - ou parte delas -, certamente terá que repartir os louros com o prefeito no exercício, para que não fique parecendo algo personalista do ponto de vista político, certo?

Ou seja: Azambuja não terá alternativas. 

Ou faz o que disse - e ajuda a fortalecer politicamente o adversário - ou não faz e pagará o preço por isso. 

Reconheça-se que Reinaldo está numa saia justa.