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Vitória de Marquinhos derruba vontade hegemônica de Azambuja



As últimas pesquisas divulgadas pelo IPEMS, Datamax e Valle estavam corretas: Marquinhos Trad venceria com uma diferença entre 17 a 20 pontos percentuais de Rose Modesto. Confirmou-se. 

O IBOPE e outras pesquisas fakes erraram. Houve algo esquisito por aí. A história um dia vai contar. 

Os números exatos divulgados pelo TRE-MS foram 58,7% dos votos válidos contra 41,2%. Houve 22% de abstenção e 7,95% de nulos e 3% de brancos. 

A vitória de Marquinhos lhe concedeu uma diferença de mais de 72 mil votos de diferença. 

Por traz da frieza dos índices existe uma realidade a ser analisada. Ao longo dessa semana é que vamos fazer. 

Primeiro, que a derrota de Rose Modesto não foi algo trivial. Junto com ela perdeu a máquina do poder, ou seja, a mídia, os poderes (Assembléia Legislativa, Tribunal de Contas, Tribunal de Justiça e Ministério Público), o Governo do Estado e a força pesada da grana. 

Essa conta precisa escrutinada pela ótica da ciência política e pela sociologia dos fatos.

Olhando por alto, o eleitorado de Campo Grande - como foi inúmeras vezes publicado por esse blog - criou uma rejeição orgânica pelo mandonismo de base coronelista e contra a hegemonia brutalizada do tucanato na versão imposta pelo capitão do mato Sérgio de Paula. 

Em determinado momento da campanha, Rose não lutava mais contra um adversário político e sim contra um sentimento. Deu no que deu. 

A partir de agora, Marquinhos tem que fazer uma transição eficiente e não cometer o mesmo erro que Azambuja, ao montar em 2014 um entorno de quinta categoria. 

Ele tem a chance de fazer diferente. A campanha mostrou que Trad avançou no entendimento do processo político e na diversidade de uma sociedade como a campo-grandense. 

Veremos como consegue fazer isso na prática. A população estará atenta aos seus primeiros movimentos. 

Suas primeiras entrevistas foram satisfatórias. Ele mostrou clareza e espírito desarmado. Não tripudiou sobre os vencidos. Bom sinal.

A primeira impressão é a que fica. Ele não pode errar. A cidade depositou todas as esperanças na sua ficha política, mesmo com todas as denúncias e baixarias de campanha. 

No fundo, o resultado eleitoral de hoje indica qual será o prenúncio de 2018. 

Se Azambuja continuar cometendo os mesmos erros, se continuar fechado em torno de seu pequeno grupo ( a famosa "República de Maracaju") e mantiver a mesma prática autoritária e com as mesmas escorregadas éticas, verá crescer uma oposição fortificada que lhe apeará do poder na próxima rodada eleitoral.

Quem viver, verá.