Pages

Samuel da Luz, ator, apenas um homem atrás da máscara



O blog recebeu elogio e críticas por ter revelado a verdadeira identidade do "velhinho da Rose". O assunto rendeu mais de 120 mil visualizações num período de 5 horas, gerando uma grande pancadaria nas redes sociais. 

A esmagadora maioria dos leitores apoiou a iniciativa lançada há cerca de uns dez dias para que se descobrisse quem, afinal, era o homem atrás daquele papo cordial, ensinando a nós mesmos, cidadãos de Campo Grande, a interpretar nossa história política recente. 

Agradeço os elogios.

Mas vou responder aos meus críticos: primeiro, fui acusado de estar a soldo da campanha de Marquinhos Trad, pois a notícia o favoreceu politicamente. A resposta é simples: pessoas costumam usar sua própria régua para medir os outros. Por isso, não dou a mínima para esse tipo de comentário. Estou acostumado. Afinal, são mais de 40 anos trabalhando como jornalista.

Segundo: fui acusado de perseguir um profissional que está apenas trabalhando numa campanha eleitoral, fazendo o que muitos fazem, ou seja, conquistar votos. Compreendo: na verdade adoro a atuação de Samuel, reconheço nele uma figura talentosa, se pudesse gostaria de vê-lo interpretando Rei Lear, de Shakespeare, e não esse esse papel mambembe que lhe deram. Ele merece mais. 

Terceiro: cometi uma injustiça com um homem de bem, visto que ele foi contratado para fazer apenas personagem fictício e a responsabilidade é unicamente da campanha de Rose Modesto, ou seja, é importante separar claramente a atividade profissional daquela de militante partidário. 

Quarto: fui acusado de mentir, pois o cachê de Samuel não chega perto dos R$ 300 mil que foram anunciados. Nunca afirmei isso. Apenas escrevi que essa era a informação veiculada. Se ele quiser revelar seus honorários, fique à vontade.

Concordo com uma coisa: o erro de transformar um ator em dublê de morador de bairro de Campo Grande que quase todos os dias atacava os adversários no horário eleitoral gratuito com histórias de mão única é unicamente dos marqueteiros de Rose. 

Mesmo assim, vejo que aí reside um problema ético, pois Samuel, ao aceitar ser uma boca terceirizada de Rose e de Reinaldo Azambuja, detratando os concorrentes, devia saber de antemão dos riscos que corria. Isso poderia ter sido evitado se a propaganda alertasse que os vídeos apresentados eram meramente teatrais. 

Claro, perderia a graça, mas seria mais honesto. 

Muitos apoiadores de Rose usaram, para me acusar de parcialidade, uma encenação de Marquinhos Trad dentro de um ônibus cenográfico para exemplificar que "todos fazem a mesma coisa". Até onde eu saiba - e vi - o "busão" não falou mal de ninguém.

A diferença entre as duas coisas é imensa.