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Rose começa atacando, defendendo o pobrismo


Rose Modesto começou seu programa eleitoral ontem atacando Marquinho Trad da maneira mais errada possível. 

Voltou a falar da "velha e tradicional" política que, paradoxalmente, ela é a mais notável representante. 

Invocou sua origem humilde, querendo mostrar que a pobreza é uma virtude e a riqueza uma maldade. Desse jeito, o pecuarista Reinaldo Azambuja vai para o inferno. 

Nos meus tempos de militância de esquerda, isso se chamava populismo rastaquera. 

Agora, na novilígua do tucanato isso se chama "nova" política. 

Rose desceu ao seu mais baixo nível desde que começou a atual campanha eleitoral. 

Não existe nada mais horripilante para quem deseja assumir o Executivo de uma cidade como Campo Grande - com uma classe média expansiva e vigorosa - do que esse apelo às origens de pobreza e sofrimento no passado. 

O mais grave é que ela acusa seu adversário de ser culpado - vejam, a estupidez é infinita - por pertencer à classe média e de ter tido as oportunidades na vida que ela não teve. 

Isso se chama na psicologia mais primitiva que se conhece de "ressentimento de classe". Nos tempos de Marx, quando analisou a Revolução Francesa, ele chamava isso de "lumpesinato".

Gente assim, costuma ser vingativa com os mais pobres porque rejeita no âmago de seu ser a identificação com a classe da qual ela acha que se libertou por sagacidade e oportunismo. 

Rose é uma mulher que ganha bem, acumulou alguns caraminguás na política, e agora finge que sua pobreza, no passado, pode redimi-la politicamente num golpe retórico no tempo presente. 

Lamento por ela e por seus marqueteiros.