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Programas eleitorais de Rose e Marquinhos


Não sei se os eleitores estão prestando atenção aos  programas televisivos dos candidatos à prefeitura de Campo Grande. 

Sou da opinião que a rejeição e o descrédito dos políticos reduzem a margem de atenção à publicidade do TRE, mas produzem um efeito significativo no imaginário da sociedade, indicando que temas eleitorais estão em circulação. 

Acredito que a função da programação seja menos de conteúdo e mais de forma. 

Os programas mantém a expectativa eleitoral no ar. 

A contrário do que muita gente pensa, as inserções são importantes porque colocam as narrativas políticas que estão em jogo para nossa avaliação crítica. 

Por dever de ofício, estou acompanhando o andamento da sinfonia dos dois candidatos passo a passo. Sociologicamente falando, vale a pena.

Por mais que muitos eleitores insistam em dizer que não encontram diferenças entre Rose e Marquinhos, posso afirmar que eles são completamente diferentes. 

Digamos que ambos suscitam "inspirações" diversas. 

Nesse aspecto, Rose está fazendo uma campanha mais agressiva, na base do "atirando para todos os lados", tentando criar uma narrativa de nossa história política desde de 2012, contando um fábula que a coloca no cenário como "moça do bem" e os adversários como monstros malvados que destruíram a cidade. 

Na sua história - curiosamente - não existiu o ex-prefeito Gilmar Olarte. Essa parte foi catapultada para as esferas cósmicas do esquecimento. 

Claro, Rose não poderá jamais se lembrar desse período, pois teve, juntamente com o governador Reinaldo, participação ativa nas histórias nebulosas sobre a queda de Bernal e a ascensão de um novo eixo do poder, do qual ela foi força ativa.

Ela podia, para deixar sua narrativa mais veraz e correta, contar um pouco desse momento sibilino da história recente de Campo Grande. Não poderá porque essa parte não lhe é favorável. 

Acho que, nesse aspecto, Rose está fazendo uma campanha olhando muito para trás e batendo em tudo e todos. 

Ela comete um erro primário em irritar o eleitor de Bernal e, agora, a turna de Zeca do PT. 

Em qualquer manual básico de política sabe-se que não se pode chamar todo mundo para a briga num mesmo momento. É o que ela está fazendo. 

Acho que essa estratégia vai piorar sua situação. Mas quem sou eu para aconselhar os áulicos de sua equipe de comunicação?

Marquinhos, por outro lado, mesmo sendo furiosamente atacado com imprecações diversas, mantém a calma e segue naquela toada da construção do consenso conquistado no primeiro turno e assegurado, em escala crescente, no segundo. 

Ele pode se dar ao luxo de fazer uma campanha mais assertiva, menos politizada, olhando pra frente, dando beijinhos no ombro, porque o sentimento da cidade  parece indicar um rumo contrário ao da hegemonia do tucanato. 

Poderá haver um momento em que ele poderá contra-atacar porque Rose está abrindo muitos flancos para isso. 

Novas pesquisas vem por aí. 

Daí será possível avaliar quem está no rumo certo ou errado aos olhos da população.