Rose Modesto foi derrotada nas urnas protagonizando uma das campanhas mais sórdidas e caras da história da cidade.
Cometeu todos os erros possíveis que uma candidata com poder e máquina podiam ter cometido.
Foi cínica, cruel, arrogante, mentirosa, cometeu abusos inomináveis, tudo para conquistar o poder, fazendo acordos pouco republicanos com setores empresariais, enfim, fez a luta livre na lama do jogo eleitoral, acreditando que a política era a mesma de tempos atrás, sem imaginar que a sociedade tem uma dinâmica intrínseca de mudança que, certamente, nem ela nem seus marqueteiros captaram.
Pedir que Rose faça autocrítica seria demais. Sua percepção do mundo é demasiadamente estreita. Quem fala errado pensa errado. Quem diz que se formou historiadora e não consegue na prática compreender a dialética da realidade perdeu tempo na vida e deseducou seus alunos.
Certamente, ela voltará a ser a mesma vice-governadora de sempre: buscará um carguinho para ter visibilidade, praticando a política miúda que sabe fazer, envolvendo-se com a mesma turminha que lhe fez a ruína, sem conseguir desvencilhar-se de velhos hábitos porque não tem grandeza nem inteligência para isso.
Certamente, Rose Modesto terá tempo para pensar na vida. Provavelmente, imaginará a que cargo eletivo poderá se lançar em 2018.
Até poderá eleger-se a alguma coisa (seu curral eleitoral poderá garantir esse espaço), mas sua alma estará vagando por aí, com as marcas deixadas por uma disputa em que ela até poderia perder, mas sair engrandecida, embora ela tenha preferido partir para o jogo bruto e sair moralmente derrotada.
Triste. Mas esse é o preço que se paga quando o erro mistura-se à arrogância, e a ambição desmedida conjura-se com as ilusões do poder.
Tchau, querida.