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Luiza Ribeiro: Reflexão


Carta da vereadora Luiza Ribeiro à militância do PPS:

"Uma candidatura própria com a dificuldade natural que teríamos com Athayde (não que isso seja pessoal, mas é análise da potencialidade política dele e nossa mesmo para termos sucesso) apenas serviria ao que serviu: levar a candidatura do Governo do PSDB ao segundo turno, mesmo que isso significasse a derrota do PPS na representação parlamentar. 

A chapa pura foi a consequência da primeira e mais importante tarefa: ter candidatura própria e evitar que o PPS construísse outra aliança que não fosse com o PSDB. 

Arriscamos nossa pele. 

Mas foi consciente. Sabíamos que era essa tarefa que muitos julgavam histórica desse momento. Ou seja, o PPS colaborar com a estratégia eleitoral do PSDB. 

Nunca achei isso bom. Acho a candidatura própria importante, mas era preciso que fosse autêntica e com envergadura. 

Ser parte de estratégia eleitoral do Governo não nos traria sucesso. Também não seria digno, como efetivamente não foi. 

A chapa pura foi consequência... 

Mas também depois não vimos o esforço necessário, seja do PPS nacional ou Estadual, seja do Municipal ou do próprio candidato a Prefeito para alavancar a chapa e garantir PELO MENOS UMA VAGA ou DUAS ou TRÊS (na Câmara de Vereadores), como foi proposto ou pensado. 

Nossas candidaturas caminharam com suas próprias forças. 

Até a solidariedade afetiva nos faltou. Também não interessava ajudar o PPS ter sucesso na proporcional nem na majoritária. 

Pontualmente, o Governo achou em nós disposição para denunciar o seu opositor publicamente, nos prometendo crescimento ou outras possibilidades. 

Nunca o PSDB e o Governo desejaram ajudar o PPS a ter uma vaga na Câmara Municipal. Ao contrário. A eleição de um do PPS reduziria as possibilidades do PSDB. 

Assim, servimos a estratégia do PSDB de chegar ao executivo de Campo Grande. O PPS se dispôs a isso. 

Como estava no itinerário, tivemos uma candidatura própria com imensas dificuldades, servimos no processo para o denuncismo e agora serviremos no segundo turno para engrossar a fileira de partidos que apóiam a candidata do Governador à Prefeitura de Campo Grande. 

E, mesmo com toda nossa derrota (na chapa própria ou na chapa pura de proporcionais), mesmo com uma diminuição da credibilidade pública, prosseguimos agora no segundo turno ajudando o Governo. 

Sinceramente, Athayde,  acho que não "valeu". Não valeu para o PPS. 

O que valeria a pena era ganhar; mesmo que não fossemos para o segundo turno das eleições e/ou eleger vereadores, pelo menos garantir a vaga que já tínhamos ali. 

Politicamente foi lamentável.

Historicamente, triste para o PPS".