Os apoiadores do tucanato fizeram ontem manifestação (e estão produzindo vídeos e postagens na rede social) contra o Correio do Estado, mais especificamente contra a manchete do jornal da última segunda-feira que afirmou :"A eleição acabou".
A chamada de capa do CE foi feita com base na pesquisa IPEMS, a qual foi realizada antes do anúncio de Alcides Bernal que apoiaria a candidatura de Marquinhos.
O jornal somou estes dois fatos e cravou uma ideia arriscada, mas não ilógica, como afirmei comentando o assunto.
A candidatura de Rose parece ter visto nisso uma janela de oportunidades.
Sua campanha está correta nesse sentido. Ela é quase que obrigada a dizer que o jornal quer decidir pelos eleitores antecipando uma "verdade" que não aconteceu.
Qualquer marqueteiro aproveitaria esse dado da realidade para imprimir um ritmo negativo à imagem do adversário.
Só que quem disse que a "eleição acabou" foi um jornal - e até onde se sabe existe liberdade de expressão para se dizer qualquer maluquice.
Resta saber se Marquinhos Trad endossa a manchete. Ninguém lhe perguntou. Nenhum jornalista ou qualquer outro jornal buscou saber o que pensa o candidato.
Na minha percepção, a eleição está apenas começando. O tempo dirá se o consenso que se forma em torno do candidato do PSD se cristaliza ou se dissolve. Rose fará de tudo para reverter o quadro das próximas pesquisas. Isso é legítimo e democrático.
Errado seria ela aceitar um resultado por aclamação.
Por enquanto, a força contrária a ela é imensa: não só por questão de matemática simples, mas porque ela está errando acima do aceitável. Suas propagandas televisivas são bem feitas, mas padecem de autenticidade e inspiração.
Não se trata de plasticidade cênica nem de propostas bem ou mal elaboradas. Trata-se de sentimento. Rose tem uma personalidade artificial e representa um governo que não consegue mostrar outra coisa que não seja ganância pelo poder.
Até onde a vista alcança, isso nunca deu certo em nenhum lugar do mundo.