O Correio do Estado publicou no dia 23 de setembro reportagem mostrando que o Diário Oficial havia registrado o desembolso de R$ 300 mil para uma ONG criada pelo Deputado Paulo Corrêa.
A instituição tem o prosaico nome de "Onça Pintada"e é presidida por Rodrigo Costa Machado, chefe de gabinete do parlamentar.
O blog repercutiu a notícia por achar que havia alguma coisa esquisitíssima nessa história.
O deputado não se manifestou. Muito menos seu chefe de gabinete.
O deputado não se manifestou. Muito menos seu chefe de gabinete.
O assunto morreu.
Tirando o desgaste momentâneo da imagem de Corrêa o tema não foi novamente explorado pela imprensa, sucumbindo ao silêncio sepulcral, como é de praxe em nossa terra.
Agora, o Deputado Paulo volta à mídia com assunto ainda mais nebuloso, denunciado pelo site Midiamax (veja a notícia) e outros órgãos de imprensa, que mostra uma conversa gravada entre ele e o deputado Felipe Orro indicando claramente crime de prevaricação.
A denúncia é tão grave que até a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/MS) entrou no caso. Isso significa que ultrapassaram todos os limites.
O deputado Paulo Corrêa (PR), nessa história, faz o papel de professor do nobre Felipe Orro (PSDB) ensinando-o como fraudar a folha de ponto de seus funcionários de gabinete.
O áudio, levado ao conhecimento geral, é mais do que pedagógico. Mostra que o curso intensivo de malandragem na Casa Legislativa pode levar muita gente ao doutorado.
Devo dizer em favor de Corrêa que ele sempre foi um deputado bem articulado, pragmático, dedicado à sua carreira, cioso das relações institucionais como representante de várias regiões do Estado.
Só acho que o acúmulo de denúncias acaba desmerecendo seu trabalho, denegrindo a Assembléia Legislativa e o governo que ele representa com muito afinco.
A sociedade está mudando. Somar esses pecadilhos ao mandato poderá custar-lhe a eleição em determinado momento. O excesso de esperteza engole o esperto.
Por isso, o distinto público merece uma resposta bem elaborada.
Afirmar, como fez o deputado Felipe, de que se trata conversa mantida no ano passado não alivia.
Podia ter acontecido no século passado.
Isso não reduziria em nada a gravidade do fato.
Isso não reduziria em nada a gravidade do fato.
Uma hora, deputado Paulo Corrêa, a "onça pintada" poderá voltar a beber água no mesmo lugar.
Foi por essas e outras que tem muita gente importante dormindo na carceragem de Curitiba.
Ambos os deputados não deviam confiar tanto na sorte.
Fiquem atentos.