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Ayache estoca, com elegância, Azambuja e a classe política em inauguração


O discurso de Ricardo Ayache, presidente da Cassems, no ato de inauguração do novo hospital dos servidores, na última quinta-feira, foi uma peça bem estruturada de pensamento político e compromisso ético. 

Gostei muito do que ouvi. 

Ayache conseguiu fazer sínteses bem elaboradas do momento em que vivemos e mostrou que tem amadurecimento e sabedoria para grandes empreitadas daqui pra frente. 

Aplaudidíssimo e ovacionado pelos servidores que lotaram o evento, o presidente da entidade teve oportunidade de pronunciar-se com elegância e sutileza, estocando a classe política do Estado e batendo em alguns pontos nevrálgicos de nossa realidade institucional. 

Todo mundo se fingiu de morto.

Ayache teve coragem. Seu texto mostrou que ele pensa com a própria cabeça. Ele tem independência e clareza, cônscio de seu papel institucional, mas ao mesmo tempo parece saber que vem se tornando um símbolo de nossa sonhada renovação de liderança. 

Ponto pra ele. 


Percebi que no momento em que afirmou que “os servidores públicos não são responsáveis pela crise econômica e política brasileira, como alguns insistem em apontar;  se as crises são recorrentes em nosso País acredito que suas raízes estão num sistema político que, nos 516 anos de Brasil(história)Brasil, foi alicerçado no clientelismo e no patrimonialismo, no qual pequenos grupos ocuparam os espaços para perpetuação no poder e para enriquecimento privado” , Azambuja tremeu na cadeira logo à sua frente. 

Mais claro do que isso, impossível.  

E  assim ele fechou o raciocínio com a seguinte análise: “o poder público insuflado e burocrático, com investimentos escassos em educação, ciência e tecnologia, criam mão de obra pouco qualificada, geram pouca inovação em diversos setores produtivos, elevam o custo Brasil, e nos impõem ciclos curtos e insustentáveis de crescimento. Esse modelo de baixos investimentos em saúde, educação, segurança pública, mobilidade urbana levou a grande desigualdade social e a nítida percepção, por parte do povo, de que, parte da classe política, não se preocupa com o bem comum.”

Para bons entendedores....