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A prisão de Cunha e a hora e a vez de Lula


A prisão do ex-deputado Eduardo Cunha recolocou no imaginário popular quando chegará vez de Lula. Essa agora talvez seja a questão. Olhando o cenário e o elenco que há bastante tempo ocupa espaço nas prisões do Paraná, Cunha é mais uma estrela a bilhar na constelação da República de Curitiba. 

Mais um pouco, com tanta gente importante vivendo num mesmo espaço, será possível inclusive formar um governo paralelo, dividindo os ministérios, setores de apoio administrativo, empresas patrocinadoras. 

Esse pessoal é criativo.

Por enquanto, Cunha talvez seja a grande celebridade do momento. Ele – seguindo à risca o comportamento dos demais – ficará amuado por alguns dias, olhando para o vazio, em estado cataléptico, até cair então na real. 

Para quem está aqui do lado de fora, andando atônito e tenso pelos corredores do Congresso Nacional e do Palácio do Planalto, acreditando que está chegando a hora de receber um convite para uma conversinha face to face com o Juiz Sérgio Moro, a convicção é uma só: está acabando aquela história do “você sabe com quem está falando?”; ou ainda, de que “somos o País da impunidade”. 

Nesse aspecto, quando se coloca lado a lado as fotos dos ex-poderosos que estão presos na PF de Curitiba , não há como lembrar que falta alguém para completar o time. 

Sei que será muito difícil para o PT(sobretudo aquele setor fanatizado) encarar essa realidade. 

Tempos atrás, a queda e prisão de Cunha era um clamor judicativo da sociedade. 

Era uma questão de hora vingar-se do algoz de Dilma. 

Agora, espera-se a vez e a hora de Lula. 

É uma questão de honra vingar-se do algoz do País.