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Um pouco da história desse blog


Criei esse blog -que hoje completa três meses de existência - porque o Governo Azambuja conseguiu me fechar todas as portas de trabalho profissional.

Não somente no serviço público como também na iniciativa privada. 

Um massacre intermitente. 

Qual o meu defeito? Escrever o que penso.

A República de Maracaju interditou, em todas as áreas, minhas possibilidades de trabalhar e viver honestamente pelos meus méritos e talentos.

Fui ingênuo: pensei que a ditadura tinha acabado. Mas ela sobrevive forte e sólida na cabeça de políticos tacanhos e atrasados.

Meu último emprego - vamos dizer assim - foi no jornal O Estado de Mato Grosso do Sul. 

As pressões imensas do governismo levaram o dono do veículo a me dispensar por causa de alguns editoriais e artigos. (Um dia conto em detalhes essa história - algo impensável no século XXI, mas que, infelizmente, aconteceu em Mato Grosso do Sul, sob o Governo do PSDB.)

Sim, amigos, o fascismo sobrevive com outras faces.

Diante da perseguição sistemática, vigilante e truculenta de Azambuja e seus capitães do mato, não tive alternativa que não fosse criar meu próprio veículo.

Vi que o mercado editorial estava fechado com a linha do governismo: todos estavam vendendo carros pretos; decidi, então, vender carros brancos.

As circunstâncias me colocaram frente a frente com um dilema: que tipo de jornalismo fazer? Que modelo seguir que pudesse servir de referência diferenciadora no mercado local?

Imaginei, de imediato, que a opção seria produzir comentarismo crítico, de oposição, independente, sem ranço ideológico, às vezes à direita, às vezes à esquerda,  às vezes irônico, às vezes especulativo, sempre provocador, algo que pudesse olhar o noticiário local, nacional e internacional com a bagagem que acumulei em quase 40 anos de trabalho na mídia.

Optei por fazer um jornalismo de bastidores por causa de centenas de fontes conquistadas ao longo desse período.

Aprendi a ouvir e valorizar as informações em seus mínimos detalhes. Gosto de ler, de estudar, durmo pouco, trabalho muito.

Nos primeiros dias tive 70, 80, 90 visualizações, no máximo. Hoje, sem divulgação, sem patrocínio, só com a minha cabeça,  apenas com um celular e um notebook, tenho cerca de 25 mil visualizações diárias, somando mais de 400 mil nos primeiros três meses de vida.

No facebook - que vinculei ao blog - tenho milhares de seguidores, compartilhamentos diários estrondosos, pedidos de amizade ininterruptos, enfim, números superlativos, os quais não consigo avaliar com clareza porque a rede nunca foi a minha praia.

O fato é que eu nunca me diverti tanto em minha vida. Escrevo com total liberdade e tenho claro a dimensão da responsabilidade que cada vez mais vou adquirindo à medida que aumentam os leitores.

Confesso que ainda tateio no escuro nesse campo. Estou em fase de experimentação. Penso em introduzir logo mais à frente comentários de vídeos e fazer inserções radiofônicas.

Muitos colegas me confessam que, no começo, quando acessavam meu blog ficavam com medo. "É só pau, pau, pau", diziam, "você vai morrer", alertavam.

Eu brincava: "eles vão fazer aquilo que não tenho coragem de fazer".

Até agora tenho sobrevivido sem nenhum arranhão.

Obrigado, leitores.

Vamos continuar essa viagem.