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Rose provoca revolta entre servidores e moradores de bairros


Passava da meia noite quando recebi um telefonema de uma moradora do Moreninha III, revoltada com a campanha de Rose Modesto. 


Ela escreve pelo Whattsapp: "Meu filho estuda na escola estadual Célia Maria Naglis. Hoje (ontem) por volta das 5 recebi uma ligação da coordenadora da escola, dona Darci Alves Feitosa avisando que não haveria aula. A mesma não deu sequer uma explicação. Então, eu como mãe, fui até a escola pra saber o motivo e lá obtive a informação do próprio guarda que, com deboche disse: 'Ô mãe você não tá sabendo...os professores foram dispensados para irem na reunião da Rose', e disse até o local o Rádio clube...fiquei com tanta raiva que queria entrar na escola pra tirar fotos das salas vazias, mas não fui autorizada. Eu quero explicações porque meu filho não pode ficar no prejuízo, eu quero explicações do Juiz eleitoral, porque os professores podem receber sem ir trabalhar? Tá virando bagunça".

Esse é um caso. Existem dezenas. Nas últimas semanas tenho mantido o telefone desligado durante boa parte do dia. Muitas denúncias. Muita raiva. Muita contrariedade. Será que o Governo não tem essa percepção da realidade? Não há diálogo? Ninguém conversa com ninguém?

O Ministério Público Estadual, inclusive, divulgou, por meio do Diário Oficial do Ministério Público, a instauração de um Procedimento Preparatório Eleitoral para apurar suposto abuso de poder para favorecer Rose Modesto.

Segundo denúncia, servidores estaduais estariam sendo forçados a convidar pessoas para irem a uma reunião: ”Deixaram uma conotação de obrigatoriedade dos servidores estaduais estarem presentes e ainda forçarem os mesmos a levarem, cada um, ao menos 50 pessoas para participarem do evento”, diz parte da denúncia. 

O denunciante, mantido em sigilo, relatou ao Ministério Público que a intenção  dos apoiadores da candidata era levar seis mil pessoas para o lançamento da campanha da candidata. 

O denunciante também ressalta que o evento seria realizado às 17h30, o que foi questionado pelos servidores, visto que muitos estariam no horário de expediente. 

“Muitos questionaram sobre o horário, visto que muitos estão em final de expediente ou também necessitam do intervalo entre o horário vespertino e noturno para se deslocarem de um local de trabalho para outro e não possuem tempo hábil para irem ao evento e mesmo assim foram coagidos a estarem presentes”, diz outra parte da denúncia.

O servidor que fez a denúncia relatou ao Ministério Público que possui arquivos em áudio e também apresentou fotos que constam no procedimento aberto pelo Ministério Público. 

Diante da denúncia, a promotora  Renata Ruth Fernandes Goya Marinho solicitou que Roseane Modesto de Oliveira seja notificada sobre o procedimento para que preste esclarecimento sobre suposta prática de abuso de poder, noticiada na manifestação 20160085409, bem como informe o cronograma dos eventos políticos até o final da campanha.

Uma coisa intriga: será que esse método de conquistar votos funcionará? Se funcionar pode-se concluir que o funcionalismo aderiu solenemente ao masoquismo explícito.