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O Mato Grosso do Sul afunda nas mão de Azambuja


Edição de hoje do jornal Correio do Estado está primoroso. Não pelo que vai publicado nas linhas - que, jornalisticamente, está muito bom - mas o que se mostra nas entrelinhas. O leitor atento há de observar. Espero. 

A manchete no meio da página diz que o "Governo do Estado tem déficit de R$ 230 milhões". Logo abaixo, vem publicado chamada em amarelo para um informe publicitário oficial em que o mesmo Governo está investindo R$ 200 milhões em Campo Grande. 

Lá dentro, temos uma página inteira de divulgação de obras, que, sinceramente, duvido que alguém tenha saco para ler. 

Gasto inútil de dinheiro público.

Colocando os dois números lado a lado ( R$ 230 milhões de déficit e R$ 200 milhões em obras locais), parece que somos induzidos a pensar que o buraco - eita palavrinha desgraçada - nos cofres estaduais tem a ver com os investimentos feitos na Capital. 

(A metáfora das ruas é o nosso destino).

Sabemos que não é nada disso. Mas as informações visuais dizem muito às nossas percepções da realidade. 

Enfim, pela reportagem de Renata Prandini, baseada nos dados do Portal Transparência e entrevista com o secretário-adjunto de Governo e Gestão Estratégica (quanta ironia...), Jader Julianelli, ficamos sabemos que estamos acumulando déficits crescentes e com rombo aumentando. 

O material jornalístico é repleto de números, embora sem gráficos explicativos, o que torna difícil entender o que de, fato, está acontecendo com a economia governamental. Mas é visível que a coisa é feia.

Mesmo assim, Julianelli (que foi secretário de Fazenda de Pucinelli) diz que até o fim do ano tudo vai terminar bem. Dá vontade de rir. 

Daí, surge outra entrelinha: por que esses assuntos complexos e que exigem explicações técnicas nunca são dadas pelo titular da pasta, Márcio Monteiro? 

Consultem os arquivos. O sujeito é onipresente.

Explicação simples, obtida com a maior facilidade dentro do próprio governo: Monteiro dedica-se à campanha eleitoral em Jardim para eleger seu filho, e faz muito tempo que não tem a mínima noção do que está acontecendo com a vida econômico-financeira do Estado. 

Surrealismo total.