Hoje, 8 de setembro, comemora-se o Dia Internacional do Jornalista.
A maioria dos profissionais de imprensa não se dá conta da data. Esquecemos. Também pudera: o jornalismo tem várias efemérides a celebrar, mas poucas valorizam a liberdade de imprensa.
Digo isso porque vivo num lugar em que esse conceito é visto como maluquice.
Aqui em Mato Grosso do Sul se um jornalista começa a colocar as manguinhas pra fora, escrever o que pensa e vê, contrariando interesses dos poderosos de plantão, logo aparecem abutres de todos os tipos - inclusive dentro da própria categoria - para destruir sua reputação, suas ideias, sua maneira de ver o mundo e as pessoas. É um massacre.
Primeiro, invocam supostos interesses feridos; depois, colocam em dúvida sua sanidade mental; em seguida, criam obstáculos vários que o impedem de trabalhar.
Sou jornalista desde 1977. Sempre atuei com relativa liberdade. Nunca tive obstáculos por causa deste ou aquele governo. Nem no governo Pedrossian, que tinha fama de linha dura fui impedido de dar minhas opiniões aqui e acolá.
No Correio do Estado tive ampla liberdade de opinião, graças, por incrível que pareça, à intervenção de Antonio João Hugo Rodrigues. Grande parte da redação temia a liberdade de meu colunismo.
E hoje, no governo do PSDB, partido que defendo há mais de 10 anos, sou perseguido implacavelmente, visto como inimigo, tachado de coisas inomináveis.
O Governo Reinaldo Azambuja tem viés fascista. A República de Maracaju detesta qualquer sinal de liberdade de pensamento, ou seja, não tem nada a ver com com o as diretrizes programáticas da social democracia que defendo.
Olhe em volta, nem o PT critica Azambuja; ao contrário, aderiu ao oferecimento de boquinhas dentro do Governo. Vergonha.
Assim, forma-se o consenso na imprensa. Aceitando-se a supressão do direito de olhar diferente em função de estratégias e táticas partidárias. Vergonha.
No dia Internacional dos Jornalistas só peço isso: que todos aqueles que atuam na profissão tenham a liberdade de defender inclusive seus interesses pessoais, mas não permitam que se ultrapassem o limite e nos tratem como lacaios do poder, como os Azambujas e Sérgios de Paula da vida.
É o mínimo que se pode pedir.
Vamos à luta. Sem liberdade não existe jornalismo.