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Athayde sairá da campanha maior do que entrou


No debate do Midiamax, Athayde Nery (PPS) surpreendeu e encantou. Ganhou densidade e credibilidade. É provável que não vença a eleição para a prefeitura de Campo Grande, mas com certeza sairá maior do entrou. 

Sairá honradamente da disputa.

Um pouco de história: antes de se lançar candidato Athayde ocupava o cargo de  secretário de Estado de Cultura, Turismo, Empreendedorismo e Inovação do governo Azambuja. De imediato, o jogo ficou claro: a candidatura do PPS serviria de escada para Rose Modesto, do PSDB. 

Mesmo porque não ficou suficientemente claro as razões pelas quais ele deixaria uma secretaria importante para se aventurar numa missão praticamente impossível de se obter êxito.

Nery é um sujeito habilidoso com as palavras, foi criado no estufa da retórica Marxista, portanto seria um sujeito ideal para desconstruir os oponentes do tucanato. 

Se contavam com isso, certamente dançaram. 

Athayde parece ter ouvido as vozes sensata de seu partido, da militância e das pessoas que o apoiam. Fez uma inflexão na direção da coerência, da honestidade e da inteligência política.

Enfim, foi ele que produziu a melhor síntese do jogo político dos últimos anos. 

Ele disse na abertura do evento: “tivemos aqui na história do Mato Grosso do Sul um modelo partidário autoritário, que só serviu para o chefe tirar da cadeia quem ele queria;  o oligárquico familiar, detentor  do Estado; o populista, que promete e não consegue cumprir; e, agora, o hegemonista que deseja comandar todo  o Estado"

E arrematou: "precisamos de um modelo transparente contra a corrupção. Com planos efetivos de curto, médio e longo prazo e com a participação do cidadão”.

Perfeito. 

A partir de agora, o PPS poderá atravessar os próximos 15 dias do jogo sucessório fazendo a diferença.