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A prisão de Scaff, o vereador sem voto


O juiz da 1º Vara do Tribunal do Júri Carlos Alberto Garcete determinou, por solicitação do Ministério Público Estadual,  a prisão preventiva de André Scaff (e da esposa Karina Mauro Scaff), procurador da Câmara de Campo Grande e ex-secretário de Planejamento, Finanças e Controle da Capital durante a gestão de Gilmar Olarte .

Ambos foram presos nesta terça-feira (20) e prestam depoimento no Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado).

No meio de uma campanha eleitoral, o fato causa apreensão porque envolve 22 pessoas, entre elas dois vereadores.

O advogado André Scaff tornou-se uma lenda na Câmara Municipal. Afável, discreto, habilidoso, ele ingressou na Casa por concurso público há 27anos, sob a presidência do já falecido vereador Giordano Neto, em 1989. 

Em 1997, sob a presidência de Antônio Braga, Scaff assumiu a chefia de gabinete e, em seguida, tornou-se Procurador, posto que nunca mais deixou, até ser convidado pelo ex-prefeito Gilmar Olarte para assumir a pasta de finanças. 

Mesmo assim, Scaff manteve controle absoluto na procuradoria da Câmara.

Muitos vereadores consideravam Scaff insubstituível, visto seu profundo conhecimento do regimento interno, das leis municipais e, principalmente, do histórico administrativo e financeiro da Casa. 

Muitos diziam que “se o Scaff morrer a Câmara acaba”, tal poder acumulado em suas mãos. “Ele era uma espécie de vereador vitalício, sem voto e sem mandato, que mandava mais do que todos; ele tem um poder imenso”, comenta um ex-vereador, hoje fora da política. 

Sua carreira de sucesso começou a declinar com a queda de Alcides Bernal, processo ao qual começaram a surgir acusações de negócios ilícitos, até transformá-lo num dos pivôs da Operação Coffee Break. 

"Quero ver como os vereadores vão se virar o ano que vem sem Scaff", comenta-se pelos corredores da Casa.