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Pesquisas eleitorais são distrações políticas


Pipocam aqui e ali os resultados da pesquisa da A.J Ueno/Instituto Valle, anunciada ontem por esse blog.

O resultado era o esperado: Marquinhos Trad na frente, seguido por Bernal e Rose (tudo junto e misturado).

Depois, vem o laranjal. São 12 nomes em busca de um lugar ao sol.

As redes sociais entram em delírio com essas pesquisas.

Essa da Valle é furadíssima não por má fé ou pela manipulação de números. Isso existe, mas é tema para outro artigo.

É praticamente impossível fazer alguma medição lógica, com razoável nível de acerto, da chamada "fotografia do momento", com os níveis elevados de rejeição à política.

O eleitor esse ano tenderá a se abster, anular ou votar em branco.

Notem: as pesquisas indicam que os índices de negação da política são quase idêntico à dos três candidatos preferidos somados.

Essa anormalidade fenomenológica poderá se manter até o fim do processo. Ou não.

Hoje existe a evangelização eleitoral, o que pode alterar movimentos políticos por conta do esforço de meia dúzia de pastores.

Uma campanha eleitoral tem uma dinâmica interna sustentada por elementos emocionais do jogo. Não existe voto racional. Pesquisas recentes mostram isso.

O eleitor escolhe seus candidatos movidos por uma sensação de imediatismo que os institutos não conseguem medir.

Certamente, há tendências, movimentos de opinião, reações episódicas a determinados acontecimentos da campanha, mas dificilmente, no atual momento, é possível o que poderá acontecer até o dia decisivo do processo.

Claro que podemos depreender que com um eleitorado majoritariamente pobre, semi-escolarizado e se sentindo vitimado pela classe política algo estranho possa vir a acontecer.

As classes médias e ricas, que representam menos de 5% dos questionários( veja abaixo os percentuais de pesquisas feitas por bairro de Campo Grande) aplicados pelos institutos, não conseguem influir nas escolhas, mas podem ajudar a criar movimentos sociais aqui e acolá.

Mas até esse segmento está refluído.

Talvez seja possível ter uma ideia mais consistente do quadro nos dez dias que antecedem o pleito. Até lá, pesquisa, análises, palpites, "opiniões especializadas" tem o mesmo valor de uma nota de R$ 3,00.


Bairros pesquisas de Campo Grande e seus respectivos percentuais de aplicação de questionários:

Aero Rancho/ Alves Pereira/ América 6,8% Centenário/ Centro-Oeste/ Guanandi 6,5% Jacy/ Jóckey Club/ Lageado/ Los Angeles 4,6% Parati/ Pioneiros/ Piratininga/ Taquarussu 5,8% Carlota/ Dr. Albuquerque/ Jardim Paulista/ Maria Aparecida Pedrossian/ Maria Aparecida Pedrossian/ Moreninha 6,1% Rita Vieira/ São Lourenço/ Tiradentes/ Tv Morena/ Universitário/ Vilas Boas 8,7% Amambaí/ Bela Vista/ Cabreúva/ Carvalho/ Centro/ Cruzeiro/ Glória 6,5% Itanhangá/ Jardim dos Estados/ Monte Líbano/ Planalto/ São Bento/ São Francisco 4,5% Nova Campo Grande/ Núcleo Industrial/ Panamá/ Popular/ Santo Amaro/ Santo Antonio/ Sobrinho 11,8% Bandeirantes/ Batistão/ Caiçara/ Caiobá/ Coophavila II 5,5% Leblon/ São Conrado/ Tarumã/ Taveirópolis/ Tijuca/ União 9,5% Autonomista/ Carandá/ Chácara Cachoeira/ Chácara dos Poderes/ Estrela Dalva/ Margarida 4,8% Mata do Jacinto/ Noroeste/ Novos Estados/ Santa Fé/ Veraneio 5,9% Coronel Antonino/ José Abrão/ Mata do Segredo/ Monte Castelo/ Nasser/ Nova Lima/ Seminário 13, 1%