Enquanto sofria ardentemente pela seleção brasileira de voleibol no jogo contra a China, na noite de ontem, ao mesmo tempo me distraia num pugilato verbal no facebook contra tucanos enraivecidos.
Tudo porque resolvi brincar chamando uma senhora distinta de "militonta".
O mundo quase veio abaixo. Aproveitei o ensejo - já que estava me divertindo - para cobrar dos candidatos André Salineiro e Lívio Leite (essa anta em forma de gente) mais coerência democrática quanto a perseguição política que vem sendo perpetrada pelo governador Reinaldo e seu capitão do mato, Sérgio de Paula, contra esse jornalista, que tantos serviços relevantes prestou por mais de 12 anos ao PSDB.
Mexi com um vespeiro. Eles agora estão usando fakes a soldo para defendê-los. Uma estratégia manjada de marketing, como se dissessem que estão no Olimpo e não podem ser atingidos por essa "gentinha" crítica que tem a irritante mania de interlocução republicana, nos bons termos intelectuais que proponho, claro.
Ambos são capachos do poder. São capazes de segurar até peido real para não contrariar os donos das capitanias hereditárias de Mato Grosso do Sul.
São incapazes de gestos de solidariedade humana e política na direção de quem está apontando erros do governaço que dizem representar.
É desse jeito que eles querem ser vereadores. Às vezes, dá nojo.
Mas tudo bem. Essa é a vida.
Mas vamos ao que interessa: o tucanato se ofende de morte quando chamamos essa moçada vibrante - a grande maioria formada por funcionários públicos - de "militontos".
Trata-se de uma variante irônica de militante.
O militante gosta de apanhar e de bater. Os "militontos" só reagem. Parecem aquelas mulheres neuróticas do Nelson Rodrigues.
Os "militontos" acham que estou magoado com o Governo. Não estou. Estou indignado.
Pensei que derrotando o PT mudaríamos o modelo de fazer política no País, ou pelo menos aqui no Estado.
O PSDB está apresentando uma versão piorada do PT.
Essa é a contrariedade. Como lutei com as forças que tenho para derrotar um jeito de fazer política durante mais de uma década, escrevendo, estudando, formulando, teorizando, fazendo reuniões infindáveis, inclusive escrevendo o plano de Governo de Reinaldo Azambuja (além de artigos e discursos para a própria alteza), pensei que mereceria mais respeito.
Que nada. O príncipe acha que as pessoas devem ser gratas por ajudá-la a chegar ao poder, ajoelhando aos seus pés, pedindo perdão por ter trabalhado e se esforçado tanto.
Se fosse só isso, tudo bem, o conformismo é uma virtude, mas de repente olhamos em volta e assistimos às mesmas práticas, os mesmos desmandos, o mesmo clientelismo, o mesmo fisiologismo, o patrimonialismo despudorado, populismo cínico e a corrupção desabrida, tudo elevado pelo coeficiente 10. Não dá. Meu sangue latino ferve.
Diante disso, o militante - o verdadeiro, o autêntico, o coerente - arma seu arsenal crítico e começa, pedagogicamente, apontar os erros. Resultado: é perseguido, vilipendiado, policiado. Mas os "militontos" acham que isso é "raiva", "ressentimento", "brutalidade".
Que pena, achei que era debate democrático e liberdade de expressão.
Voltaremos ao assunto.