Pages

Nessa, estou com Dagoberto


A edição do Correio do Estado desta terça-feira publica reportagem de Aliny Mary Dias e Kleber Cajus, na qual o governador Reinaldo Azambuja nega o uso político da polícia estadual para prejudicar candidaturas do PDT à reeleição em Jaraguari e Paranhos, repercutindo denúncia do Deputado Federal Dagoberto Nogueira feita na semana passada.

No fundo, acho que Dagoberto devia usar esse exemplo para reavaliar sua posição pessoal em relação ao apoio à candidata do PSDB na Capital, mas esse é um assunto que lhe compete na intimidade, ou seja, cada cristão com sua igreja.

O Governador afirmou respeitar a opinião do Deputado e negou a denúncia, afirmando que não faz "politicagem" com a polícia.

Ele disse que "somos (não seria melhor 'Temos'?) uma polícia de Estado e não de Governo", querendo reforçar a ideia de que respeita o ordenamento do Estado Democrático de Direito, não confundindo as  atribuições institucionais.

Sinto informar ao senhor Governador que isso é mentira.

Digo isso não por ouvi dizer ou de saber por terceiros interpostos.

Sei por experiência própria.

Por duas vezes esse ano o PSDB usou a polícia (inclusive o Garras) para intimidar o jornalista desse blog.

Fez-se uso indevido e antidemocrático da polícia, ato típico de mentalidades fascistas, que não conseguem conviver com a crítica nem com o pensamento livre.

Se o governador não sabe o que ocorre na sua cozinha devia se informar melhor. Lamento por ele, pelo seu Governo e por meu partido, o PSDB.

O jornalismo que estamos fazendo prima pela liberdade de expressão de maneira responsável. Se às vezes uso as palavras com acidez é porque os fatos exigem.

Se erro, peço desculpas, corrijo a falha, publico direito de respostas. Esse é o jogo.

Azambuja mente nessa reportagem do Correio do Estado e eu sou testemunha dessa mentira.

Ontem foi esse jornalista; hoje, candidatos à prefeito do interior; amanhã, quem sabe deus, o cidadão comum.

Está passando da hora do Governador e seu entorno olharem para si mesmos e promoverem uma severa autocrítica sobre esse comportamento autocrático e abusivo. Isso é coisa de coronel e seus capitães do mato.

A democracia pressupõe suportar o outro dentro de parâmetros civilizatórios. Opinião é simplesmente uma opinião. Não se morre por causa dela.

Polícia é para quem comete crimes e não para aqueles que se lançam ao debate público para encontrar a verdade.

Maktub.