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Midiamax erra ao divulgar própria pesquisa


O Midiamax publicou hoje pesquisa de opinião de votos sobre as eleições de Campo Grande. A reportagem da jornalista Jéssica Benitez está linkada aqui e, como não costumo dar a cara a tapa aos números em períodos relativamente longos até o dia da eleição, acho que está de bom tamanho como ponto de referência. 

Chamo a atenção para o fato de que uma boa leitura de pesquisa deve ser feita considerando a série histórica, o que até então não era possível, visto ainda não se ter o quadro completo de candidatos. 

Mas é bom lembrar que há meses atrás Rose figurava na casa dos 9%, sempre com Bernal um pouco na frente e a liderança de Marquinhos. Na essência, o quadro não se alterou muito, apesar dos esforços dos candidatos.

Só não concordei com a manchete do site - "Marquinhos mantém liderança e Rose encosta em Bernal, aponta DATAmax" - embora, a rigor, não esteja errada.

Se eu fosse o editor da matéria daria destaque ao fato de que 32,8% do eleitorado indicarem que ainda não sabem em que votar. 

Esse é o fato relevante: estamos falando de um número bem maior do que a de todas as candidaturas. 

Mais ainda: o "candidato ausente" (vamos chamá-lo assim para efeito retórico) está acima 6 pontos percentuais dos dois candidatos com real poder nas mãos - Alcides Bernal, no comando da prefeitura - e Rose Modesto, vice-governadora, representando o Governo do Estado. 

Não se trata de algo trivial. Alô, alô, marqueteiros, tem algo acontecendo na base social que vocês ainda não sacaram.

Colocando vis a vis ao laranjal (ou seja, os demais candidatos), que juntos reunem 10,9% das preferências, a coisa torna-se ainda mais complexa. Sorte nossa.

Se eu fosse jornalista do Midiamax mergulhava mais fundo nesses números. 

Dentro do atual cenário, em termos de votos válidos, Marquinhos Trad teria 41%, Bernal 21% e Rose 19%. 

Como costuma afirmar meu analista político ocasional, Victor Eugênio Filho (o Tatão), se Marquinhos conquistar algo em torno de 50 mil votos até o dia das eleições é bem provável que vença no primeiro turno. 

Ou seja: as eleições vão depender dos índices de abstenção. 

Se eles forem elevados - como parece que será - tudo indica que é algo plausível que nossas eleições tenham apenas um turno. 

Ainda não apostaria minhas fichas nessa tese. Mas ela é possível. 

O povo tá doidinho para dar uma lição em Bernal e Azambuja. Ambos estão brincando de fazer política, esbanjando amadorismo pelos poros.

Na segunda rodada das pesquisas, teremos um quadro mais acabado. 

Talvez minha opinião seja mais consistente. 

Aguardo no meu rotundo silêncio.