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Hitler permanece entre nós



A prática política da esquerda brasileira é fascista. 

Basta que o líder dê o comando, lá em cima, para que a chamada “base”, aqui embaixo, repita acriticamente a mesma palavra de ordem, esperando que o mantra anule o indivíduo e subleve o coletivo. 

Trata-se de uma lógica profundamente autoritária do ponto de vista moral. Ao mesmo tempo, impõe certezas políticas que anulam a capacidade das pessoas pensarem as complexidades da vida e viverem apenas de difusão de slogans. 

A indústria de danoninho faz melhor.

Dou um exemplo imediato: ontem, na sessão do senado, Dilma sacou a terminologia do “golpe parlamentar”. 

Disse que existe ampla literatura sobre o assunto. Existe mesmo? Citem os autores, os livros, as teses, os ensaios, por favor... 

Olha, reconheço que sou uma besta quadrada, mas já andei lendo por aí meia dúzias de livrinhos (alguns cânones da literatura universal), e não me lembro de ter visto, nem de passagem, alguma obra tratando especificamente do assunto. Deve ser culpa minha.

Hoje perpasso os olhos nas redes sociais e vejo amigos e amigas pontificando sobre o tal “golpe parlamentar”. 

Me poupem. A idiotice cansa.

Eles parecem robozinhos cacarejando o mesmo som (ia comentar aqui o tom de voz estridente da senadora Gleisi Hoffmann, mas deixa pra lá), como se estivessem sob o domínio de um programa central semelhante àquele do filme Matrix. 

E parece que os próximos dias essa coisa vai pegar. Eles vão repetir, repetir, repetir, até que a maluquice pareça algo palpável e que está perfeitamente ajustável à análise do quadro político brasileiro. 

Companheiros e companheiras: não vamos entrar nessa. Se quisermos realmente mudar esse País, vamos começar a praticar a primeira honestidade necessária para que todos os homens e mulheres confluam no rumo de uma sociedade mais justa e melhor do que esta que estamos vivendo: a intelectual.