Agosto é o mês do desgosto. Hoje é um dia de luto para Mato Grosso do Sul: o pinguim moral será reconduzido ao cargo cujo requisito básico é a honestidade acima de qualquer suspeita.
Dada a realidade brasileira, não é necessário ser inteiramente probo. Exige-se que pelo menos tenha uma imagem pública que coadune ética e probidade administrativa. Pelo menos isso.
Não é o caso. O pinguim tornou-se mestre em manhas e artimanhas, sabe como alimentar seu bando, transita tranquilo nos corredores do poder barganhando favores, satisfazendo apetites por cargos, pareceres, mumunhas mil.
Ele vive nas cavernas sombrias da cidade sem que ainda haja um Batman para combatê-lo. Gothan City é aqui.
O pinguim é esperto: a cada semana troca o telefone celular com medo de grampo, muda o roteiro de ida e volta ao trabalho, viaja nos fins de semana para lugares incertos e não sabidos, mas não consegue largar o vício do pôquer, em que joga rodadas fascinantes com amiguinhos particulares.
O pinguim está fazendo história: exemplifica para as gerações de brasileiros e brasileiras que as instituições ainda são frágeis porque incapazes de repelir personagens grotescos de seus intestinos abismais.