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Festa politicamente correta narcotiza mídia e mundo


Não dá para reclamar: a festa de abertura as Olimpíadas foi magnífica. Tudo lindo, maravilhoso, emocionante, uma prova de que o Brasil é bom de festa.

Para quem é dado a patriotadas, ouvindo a narração histérica de Galvão Bueno, era quase impossível não chorar.

O show foi quase perfeito. Até as vaias a Temer passaram batido. Até a foto de Caetano Veloso portando um cartaz de "Fora Temer" foi perdoável. Intelectual de miolo mole é assim mesmo.

Anita fez uma bela apresentação. Gilberto Gil estava inchado, abatido, envelhecido ( ele enfrenta uma grave doença renal). Quem reparou no flerte de Anita em direção a Caetano?

Gisele Bündchen fez o que sabe fazer: desfilar. Fez ótima figura com a trilha "Garota de Ipanema".

O corpo de baile Deborah Colker estava impecável.

Comparado à festa de abertura da Copa do Mundo, o Brasil deu demonstração que aprendeu muito. Não passou vergonha. Ao contrário, deu uma aula de estética de apresentações globais. Lindo, lindo, lindo.

Mas sempre tem o depois. A festa acaba, as emoções se esvaem.

Depois que baixar a poeira, virão as aves de mau agouro analisando a sociologia do evento. Tem muita coisa no substrato para falar.

Por exemplo: no final da tarde de ontem o Ministério Público Federal protocolou pedido de bloqueio de qualquer repasse de verba pública federal e municipal para o comitê organizador da Olimpíada. O ministro Eliseu Padilha (Casa Civil) anunciou na quinta-feira que o governo federal e municipal repassariam R$ 270 milhões para socorrer financeiramente o comitê. Os recursos seriam destinados às cerimônias dos Jogos –inclusive a abertura desta sexta.

No pedido, a procuradoria pede que a União, suas empresas públicas e autarquias se abstenham em repassar qualquer recurso para a entidade. O mesmo em relação ao município. (veja aqui reportagem da Folha de S. Paulo).

Por enquanto tudo é festa. Mas a ressaca virá. Com certeza.