Eleições municipais e o xadrez de 2018
A rigor, o único nome que não interessa ser vencedor para nenhuma corrente política de Campo Grande (e de certa maneira, de todo o Estado) é Alcides Bernal.
Ele é o nosso outsider, o sujeito que despreza absolutamente os esquemas tradicionais de nossa velha e oligárquica representação patrimonialista de poder.
Se ele insistir no discurso contra as elites, os coronéis do poder, os ricos contra os pobres, os ladrões que querem se assenhorar dos recursos da prefeitura etc, etc, etc, vai dar trabalho.
Se Campo Grande fosse cenário do filme Mad Max, Bernal seria o herói aventureiro que está se lixando para tudo e todos.
Todos os representantes do "tradicionalismo" já tentaram atrair e domesticar Bernal.
Não conseguiram.
A família Trad, André Puccinelli, Reinaldo Azambuja, Zeca do PT, Delcídio do Amaral, todos e mais alguns, tentaram aproximação com o nosso Dr. Alcides, mas ele mostrou que é avesso a qualquer aliança em que não seja o protagonista.
O ego do homem é continental.
Qualquer político moderado, com miolo na cabeça, teria se articulado com o establishment e tentado sobreviver com a pescoço fora da guilhotina.
Mas Bernal é meio doido, extremamente intuitivo, tem uma massa que o idolatra ( lembrem-se que são 30% da cidade, faça chuva ou sol) e, por isso, fez de sua política personalista um terreno que ninguém entra.
Azambuja, oportunisticamente, tentou, mas dançou feio. Hoje fica chorando como criança carente no canto e falando com beicinho" ele não me quer e eu quero ajudar a cidade e ele não deixa".
Ridículo.
André tentou, não deu, percebeu rápido que o cara era maluco, e partiu pro pau.
Percebeu que a palavra composição não existe no dicionário de Bernal. Por isso, decidiu antagonizá-lo até o fim.
E assim foi e assim está sendo.
Talvez a única que conseguiu conviver com Bernal foi a vereadora Luíza Ribeiro (PPS). Ela ajoelhou e faz o que ele manda. Depende dele para sobreviver. Deve estar fazendo um curso prático de psiquiatria selvagem.
Se Bernal vencer as próximas eleições, o projeto político de Reinaldo, Puccinelli e outros terá que ser revisto.
Tanto Rose como Marquinhos seriam mamão com açúcar para a reeleição de Reinaldo.
Marquinhos ajoelha-se de cara perante Reinaldo e formam uma aliança estratégica contra Puccinelli.
Se o tucanato ganhar muitos municípios no interior será outra boa notícia para o Coroné de Maracaju.
Puccinelli terá que se apoiar no Governo Temer (o que não é pouca coisa) e tentar apostar no descontentamento crescente com o tucanado (um fenômeno que corre mais rápido do que se imaginava).
Muitas pedrinhas estão sendo jogada na eleição de 2016 olhando para o horizonte de 2018.
Claro que existe o Dr. Imponderável da Silva Xavier, um personagem que mexe seus cordões com destreza e habilidade imprevisíveis.
A palavra política dessa eleição será TRAIÇÃO. Depois de abertas as urnas, as cabeças vão doer.