Cada eleição tem sua história particular. Em 2012, o PSDB resolveu se libertar do jugo do PMDB e lançou Reinaldo Azambuja para prefeito de Campo Grande.
Quase deu certo. Por pouco ele não tirou o 2º turno das mãos de Giroto para disputar a parada com Bernal.
É provável que vencesse. A cidade seria outra.
Mesmo assim a derrota criou uma expectativa positiva em torno de Reinaldo.
O eleitorado ficou devendo pra ele a chance de ser prefeito.
O Brasil era outro. A disputa entre tucanos e petistas entrava numa fase de intensa polarização.
Mal havia terminado o escândalo do Mensalão, aparecia no horizonte o esquema do Petrolão.
O País estava começando a se eletrizar.
Vieram as jornadas de março de 2013.
Vieram as jornadas de março de 2013.
O País entrou em convulsão.
Veio a eleição de 2014. O primeiro movimento do tucanato local foi a de se aliar com o senador Delcídio do Amaral.
O argumento era que o PT tinha dinheiro e isso abria chance de Reinaldo ser senador numa aliança esquisita para aquele momento.
Reinaldo e a cúpula do tucanato estavam convencidos que esse era o caminho.
Só não deu liga porque o PT rechaçou a ideia.
Reinaldo titubeava. Não queria correr riscos de se candidatar a governador e perder. Alegava que havia sofrido prejuízos financeiros na campanha de 2012.
Aécio Neves havia lhe prometido recursos partidários ( algo em torno de R$ 5 milhões, comentava) e, depois das eleições, não cumpriu o acordo.
Mas o ambiente eleitoral de 2014 forçar inéditas tomavam conta do ambiente. Havia chance real de mudança de poder. A federalização da campanha favorecia o PSDB nos Estados.
Reinaldo decidiu ser candidato e polarizou com Delcídio.
A militância espontânea era significativa. Havia muita vontade de derrotar o PT.
Nesse meio tempo Delcídio foi tragado pelas denúncias da Lava Jato.
Reinaldo aproveitou a janela de oportunidade e cravou o discurso ético. Deu certo. Ganhou a eleição.
Agora estamos em 2016. O ambiente mais uma vez é outro.
O PSDB não tem o charme nem a militância formadora de opinião de 2014. Esse pessoal chegou à conclusão de que foi massa de manobra para oportunistas assumirem o poder e adotar práticas piores do que o PT.
Na verdade, percebeu que o tucanato local cultua os mesmos vícios petistas: aparelha, rouba, pratica populismo, mente e engana.
Mais grave: faz uma gestão temerosa no Estado e não tem escrúpulo em desrespeitar a liberdade de imprensa e comprar consciências.
Carlos Alberto Assis vai encontrar outro ambiente nas ruas. O tempo dos militontos acabou.