Não gostamos de pesquisas que contrariem nossos desejos. Nem gostamos dos números que mostram Lula na frente na corrida sucessória de 2018, mesmo considerando que ele é o mais rejeitado dentre os candidatos (46%).
Muito menos gostamos de dados estatísticos que contrariem nossa percepção de realidade.
Pesquisa boa, crível, aceitável, é aquela que enquadra o mundo conforme nossos pensamentos.
Neste domingo, a última pesquisa do Datafolha provocou esse misto de alegria e raiva quando nos deparamos com índices que concordamos e divergimos.
Li críticas da turma Lulopetista acusando o instituto de manipulação e enganação.
E li também o pessoal do tucanato (nem sei mais o que é isso!) relativizando o levantamento.
Será que sempre será necessário repetir que pesquisa é uma fotografia desfocada do momento e que o contexto exerce influência decisiva na formação dos índices?
Se amanhã, por exemplo, Lula for preso, será que uma pesquisa da semana seguinte mostrará que ele está na dianteira?
Tirando pesquisa para avaliação de prefeitos e respectivas preferências, além de números que mostram a aprovação e desaprovação do Governo Federal, os demais são dispensáveis porque, mesmo tendo uma confiabilidade de 95%, não servem para nada.
Não influenciam a sociedade, nem permitem que tenhamos uma avaliação razoavelmente acertada das tendências em jogo.
Como dado histórico pode até ser curioso, mas não vai além de quiromancias.
Por isso, pesquisa é um não-assunto. Serve para distrair, e não instruir.