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Nossa imprensa e o assédio à jornalista Nilmara


A chamada “imprensa de superfície” – jornais diários, sites, etc. – estão tendo uma visão controversa em torno do assédio sexual denunciado pela jornalista Nilmara Caramalac contra o Diretor da Ertel, Bosco Martins, e o presidente da Fundação de Turismo Nelson Cintra.

A documentação publicada com exclusividade pelo Blog ontem não deixa margem de dúvidas: os fatos narrados falam por si só.

Talvez agora o Governo esteja tentando esconder o documento. Seria bom não fazer isso. Há cópias aos borbotões por aí.

Por que a “mídia de superfície” está evitando o assunto? Fácil: o tema tem três ingredientes poderosos, qual seja, sexo, poder e interesses.

Mas a pressão é grande. As entidades representativas de mulheres, parlamentares etc., não sabem o que fazer com o assunto.

Hoje no facebook, o jornalista Antonio João Hugo Rodrigues fez um comentário, bem diferente de dias atrás, em que especulava que o escândalo ia sair da Assembléia Legislativa. Não saiu. Saiu da cozinha de Azambuja.

Eis seu post: “Bom dia a todos vocês. O Correio do Estado teve sempre, e ainda tem, o dever de apurar determinadas denúncias. Não é nada comum o Correio do Estado publicar acusações graves sem que obtenha provas. Seria irresponsabilidade. O secretário acusado é casado há mais de meio século, tem filhos e netos. Mas ele realmente assediou? E se não assediou e se trata apenas de uma invencionice? Os jornalistas devem pensar nisso. Uma hora dessas, eles poderão ser as vítimas. Qual a prova oferecida pela denunciante, a não ser a palavra dela?”.

O que A.J propõe é uma prova mais concreta ( alem da “palavra dela”), isto é, manchas de sangue, gravações, fotos etc. Complicado, né?

No jornal O Estado de Mato Grosso do Sul, conforme informação recebida, o assunto só será veiculado “por ordens superiores”. Aguardemos.

No site campograndenews, o Diretor Lucimar Couto, afirmou que a jornalista “não é confiável”, visto que tempos atrás ela armou escândalo semelhante na Assembléia Legislativa, com um assunto “parecido”.

No Midiamax, o editor Eser Cáceres, diz que deve entrar nessa pauta “se a jornalista formalizar um boletim de ocorrência”. Segundo ele, o tratamento será policial e não político.

O jornalista Eliezer David de Medeiros comentou em sua página no facebook o seguinte: "Por questão de inteligência e claro, de segurança... a jornalista Nilmara Caramalac... já está fora da Capital e do Estado. Fêz muito bem, afinal, ela teve a coragem de denunciar um fato que verdadeiramente nos causa asco. E que tem que ter uma resposta rápida por parte do governo do Estado, como ainda, da vice governadora Rose Modesto, que se diz candidata a prefeita da Capital. Se eleita prefeita, o que faria ela nesse momento? Acionaria ou não a Secretaria Municipal da Mulher? Colocaria ou não... o acusado a bordo da Casa da Mulher Brasileira? Rose Modesto precisa dizer para o que veio. Do contrário perderá a confiança de todas a mulheres da Capital”.

Por fim, o que diz Nilmara ? O seu comentários nas redes sociais foi o seguinte:

“Para mim tudo é sim uma grande vergonha lógico uma exposição para meu filho e para o pai dele - lamentavel mais tive que denunciar - agora compreendo mais uma vez porque as mulheres se calam diante de fatos assim... meus pais estão com vergonha - minha familia - meus irmãos não falam sobre o assunto minhas tias mais proximas - todos indignados e envergonhados.e eu humilhada. Aos meus tios que trabalham de forma justa e perfeita peço que acompanhem as informações".