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Giselle e Brigitte Montfort: quando a memória gagueja



Uma amiga leitora da Paraíba, professora em João Pessoa, Maria Rita de Toledo, me diz que escrevi um artigo no blog repleto de equívocos. Ela me disse que Briggite Montfort nunca foi a espiã nua que abalou Paris.

Na verdade, a personagem era sua mãe, Giselle, essa sim uma mulher que enlouqueceu o alto comando alemão durante a ocupação francesa na segunda guerra mundial.

Tive que me ajoelhar aos pés de Maria Rita. A verdade estava com ela.

Pensei comigo: quem manda escrever de impulso, no calor da hora, estimulado pelo frêmito das madrugadas frias, insones e insólitas.

Vamos aos fatos e à verdade.

Giselle era loura e Brigitte, morena. A primeira andava nua pela Paris dos anos 40, pulando de cama em cama, atendendo aos caprichos de nazistas sádicos.

Era assim que conseguia informações preciosas para as forças aliadas.

Giselle era fruto da imaginação perversa do jornalista David Nasser.

Suas histórias foram, primeiramente, publicadas em capítulos nos Diários Associados, a pedido de Assis Chateaubriand, para levantar as vendas dos jornais. Deu certo. Nasser nunca assinou o folhetim, que fez um sucesso retumbante. Ele nunca foi a Paris. Tudo invenção.

Depois da guerra a personagem foi fuzilada, num texto mais dramático e canhestro do que novelas mexicanas.

Daí veio sua filha, Brigitte, cujas histórias foram publicadas em livros de bolso.

O autor era um espanhol chamado Antonio Vera, que assinava “Lou Carrigan”.  Sua frase preferida: “os seios nus de Briggite ficavam molhados de desejo”. É mole?

Brigitte era espiã da CIA e nunca abalou Paris. Ela abalou minha adolescência. Aqueles olhos azuis, o corpo escultural, sinceramente, até hoje acho que ela abalou meu mundo.

Feita a correção, deixo meus agradecimentos à minha querida Ritoca.



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