A prisão de Lula será um paradigma
Quem se dispuser a cruzar o noticiário da semana para entender os desdobramentos da Operação Lava Jato, com a evolução dos procedimentos judiciais, delações premiadas, contestações da defesa e pareceres do Juiz Sérgio Moro, perceberá sinais de fumaça de que algo há muito esperado está para acontecer: a famosa viagem de Lula à Curitiba para passar uma temporada na carceragem da Polícia Federal.
São muitos elementos que levam a essa conclusão. Os advogados do ex-presidente parecem ter ligado a chave no modo desespero e agora aguardam o momento fatal. É forte a impressão de fechamento do cerco. O Juiz Moro demonstra ser mais do que um hábil jogador de xadrez: ele é um gênio da paciência movimentando friamente os mecanismos morosos da Justiça brasileira.
Certamente, caso a prisão venha a acontecer, será conveniente que todos aqueles que estão enfrentando processos de formação de quadrilha, corrupção, lavagem de dinheiro etc, etc, possam vir a ter o mesmo destino.
É bom colocar as respectivas barbas de molho.
Lula, digamos assim, é um paradigma. Se ele for preso, virá em seguida uma onda ( não será uma "marolinha") arrastando gente poderosa aos borbotões para o mesmo cadafalso, num processo de higienização política jamais visto no País.
Aqueles que não pegarem cana dura, mas que sobreviverem com a suspeita de que participaram da grande farra do boi dos últimos anos, sofrerão com a rejeição dos eleitores nos próximos certames eleitorais.
O Brasil não vai se livrar da chaga da corrupção. Mas com certeza as novas gerações que vem por aí - já dá até para perceber uma turminha sedenta para montar novos esquemas - terão que ser mais espertas e sofisticadas do suas precedência e referências da velha política.
Muitos já sabem onde estão as brechas do sistema. Outros sabem o que deve ser modificado para que a representação parlamentar e executiva melhore. Quem vencerá essa queda de braço?
O tempo dirá.