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A desistência de Puccinelli


A renúncia a uma candidatura para a prefeitura de Campo Grande, anunciada ontem (quarta-feira), transformou o ex-governador André Puccinelli em objeto midiático de especulação.

 O homem foi dividido em dez, em cem, em mil.

Tem André para todos os gostos. Tem Puccinelli para todas as ilações.

Tem o que "amarelou"; tem o que fugiu por causa da Operação Lama Asfáltica; tem o que avaliou que a rejeição nas pesquisas impossibilitaria uma vitória eleitoral; tem o que afirma que a família pediu que ele desse um tempo; tem o que diz que o homem teve um vislumbre num sonho em que uma alma caridosa o aconselhava a não sair candidato; tem aquela do padre que lhe disse que Deus escreve certo por linhas tortas; e, para não estender a lista até o infinito, tem aquele que diz que Puccinelli fará um retiro espiritual para se preparar para a campanha de 2018.

Fato concreto: no ano passado, numa conversa informal com o ex-governador, perguntei-lhe de chofre quando ele anunciaria a candidatura a prefeito. Ele deu um pulo na cadeira e me afirmou com aquela convicção dura como o mármore da Capela Cistina: "não serei candidato a nada este ano!". Depois, deu um sorriso, a afirmou: "pode escrever que sou candidatíssimo a governador em 2018".

Depois disso, duas vezes que essa conversa voltou devido ao noticiário da imprensa, Puccinelli sempre disse a mesma coisa. "Quero voltara ser governador em 2018".

O resto é história. Nos últimos dias, parte do PMDB articulou para convencer Puccinelli candidato. Salivando, os deputados Júnior Mocchi e Eduardo Rocha foram ao governador Reinaldo Azambuja para "vender" a cabeça mais valorizada do partido. Uma história e tanto para ser contada futuramente.

Seja como for, qual a versão verdadeira para a desistência de Puccinelli da candidatura à prefeito da Capital? Só o próprio deve saber.