Não estou achando o governo Temer o fim do mundo. Suas circunstâncias são péssimas. Ele é interino. Tem a cabeça no século XIX. Convive há anos com uma caterva fisiológica e patrimonialista que sabe puxar as cordinhas certas nas horas inapropriadas.
O PT está desesperado para achar uma brecha para abrir a porta que lhe faça adentrar na esfera mental da “oposição” na cabeça dos cidadãos. Será difícil porque a memória dos danos causados ao País ainda está muito fresca.
Ok. Mas há vários ministros comprometidos, instabilidade Congressual, caça às bruxas, processo de impeachment andando lentamente, gravações nebulosas, delações premiadas por vir, enfim, a merda está sendo revolvida e tudo vai continuar fedendo.
Enquanto estiver caindo ministros de pastas secundárias, e o grosso do escândalo da Lava Jato não atingir o núcleo do poder (Machadão chegou perto), o jogo segue. Vamos aguardar o teor da deleção de Marcelo Odebrecht para saber a extensão da carga explosiva.
Governo interino é assim mesmo. Seu tempo é de apenas 24 horas. É impensável pensar no futuro. Tem que sobreviver. Costeando o alambrado, o Governo Temer segue como é possível.
O estrago deixado por Dilma é uma coisa inimaginável. E ela não facilita. Continua a fazer arenga, com aquele discurso de quinta, achando que os “militontos” estão querendo vê-la de volta ao Planalto. Ninguém pensa mais nisso.
Sua representação no palco é ganhar tempo para ver se o ator principal seja curado do porre e não ocupe a cena parecendo estar com ressaca.
O fundamental para o Governo Temer é segurar a economia. Ele precisa ter as condições mínimas de governabilidade, com as contas administráveis, com os investidores e a população mais confiantes, para respirar acima o bafo quente e fétido que está embaixo.
Se Temer não conseguir sobreviver, o Brasil entrará num período complicadíssimo. Vamos falar grego.