Abriu-se agora a campanha "jornalistas contra assédio" (veja reportagem de hoje no El País). De fato, as redações são lugares machistas, principalmente depois que mulheres começaram a ocupar mais espaço no jornalismo.
Pior: o meio político é essencialmente machista. O empresarial idem. No mundo das celebridades bregas a coisa, então, não é fácil. O sujeito vê uma jornalista e acha que poderá se tornar fonte levando-a primeiro para a cama. Complicado.
No ambiente interno, tem marmanjo que acha que meninas bonitinhas conseguem ter acesso ao poder com mais facilidade. Não é verdade. Respeito e credibilidade não tem sexo.
Claro, para conseguir uma boa informação, um bom furo, o charme e a beleza podem ajudar. Daí que o garotão carente achar que a concorrência é desleal tem uma distância oceânica.
No jornalismo, felizmente, não basta apenas carinha bonita. Tem que ter inteligência, cultura, esperteza etc. Mais do que isso: tem que saber escrever, falar, ser objetiva, comunicar idéias com clareza. A jornalista pode ser uma belezura, mas sem qualificativos adicionais a profissão torna-se um fardo.
O exercício profissional para as mulheres é mais complicado. Mas é preciso reconhecer que os homens também enfrentam problemas quando tem que mexer com "verdades inconvenientes'.