Compreende-se o constrangimento da senadora Gleisi Hoffmann, que hoje não deu o ar da graça na Comissão de Impeachment do Senado. No translado entre Montevidéu e Brasília, depois de sair de uma reunião do Parlasul, ela veio saber da prisão de seu marido, o ex-ministro Paulo Bernardo.
Desviou para Curitiba e foi acolher os filhos e fazer seu “luto”. Talvez essa seja a hora de refletir um pouco sobre a vida. Seus colegas de partido afirmaram que a prisão de Paulo Bernardo foi para atingí-la, faze-la recuar, derrubá-la em pleno combate.
A interpretação é maluca. Mas poderá causar esse efeito prático a partir de agora. É a vida.
Fazer o embate estridente que ela vem fazendo na Comissão do Senado, causando ojeriza na sociedade brasileira, tentando salvaguardar interesses escusos de seu partido, defendendo o indefensável, realmente não deve ser fácil. Esse é um caminho tortuoso que só a levará à solidão e ao isolamento político.
Gleisi é jovem, bonita e inteligente. Mas parece que se deslocou do mundo real e, como os fanáticos de uma seita, acredita que seu partido não fez nada para que o País chegasse onde chegou.
Quando a vejo gritando na linha de frente da Comissão, tentando obscurecer e postergar as sessões, torcendo a lógica e ferindo de morte a sensatez, tento imaginar o que ela deve estar pensando agora quando o lhe cai diante os olhos.
Será que a partir de agora veremos uma Gleisi mais serena, envergonhada, humilde? Ou será que veremos uma mulher, em função das adversidades do momento, à beira de um ataque de nervos?
Vamos observar.