A imprensa nacional está dando amplo espaço a uma série de ações judiciais coordenadas de magistrados do Paraná contra o jornal Gazeta do Povo, por reportagens publicadas pelo jornal em fevereiro, sobre a remuneração dos membros do Poder Judiciário e do Ministério Público do estado. Realmente, o caso chama a atenção e causa indignação a todos aqueles que acreditam que liberdade de imprensa, em seus amplos aspectos, é requisito fundamental para se promover avanços que fortaleçam nossa democracia.
Existem segmentos do setor público que temem a luz do sol como vampiros encastelados em suas tumbas. A qualquer sinal de posição divergente o jornalista passa a ser visto como uma trincheira inimiga a ser combatida com armas sujas. Informar, opinar, analisar, enfim, atos corriqueiros em qualquer democracia madura, são recebidos como desafios pessoais e não como compromissos institucionais da imprensa para com a sociedade. Como dizia Paulo Francis, jornalismo é análise e crítica do poder.
Aqui em Mato Grosso do Sul vigora uma espécie de censura tácita da imprensa. O Governador Reinaldo Azambuja tem colocado em prática o nada saudável exercício de perseguir jornalistas que optaram por formulações críticas ao seu Governo. Experimentem escrever um artigo ou publicar notícia informativa que contrarie suas fantasias autocráticas?. O mundo cai. De imediato, Azambuja determina que seus capitães do mato dêem início às mais sórdidas perseguições, lançando mão inclusive dos instrumentos repressivos do Estado para calar a voz de quem não consegue ser omisso diante de erros e desacertos de sua administração.
As histórias estão se multiplicando. Hoje se mantém nos bastidores relatos de perseguições e abusos contra jornalistas. Há medo generalizado entre os profissionais. Até quando?