Gisa: Nelsinho explica, mas ninguem entende
A notícia do bloqueio de R$ 16,6 milhões em bens do ex-prefeito Nelson Trad Filho e do ex-secretário de saúde, Luiz H. Mandetta, e mais outros 15 personagens, por conta da implantação do GISA, tornou-se cansativa. `A medida que as denúncias surgem seguindo o calendário eleitoral, muitos se perguntam: onde começa o “escândalo” e quando termina a “armação”. Mistério.
Ninguém é santo na política. Mas a história do Gisa (Gerenciamento de Informações em Saúde) carece de explicações detalhadas. O ex-prefeito inclusive montou uma espécie de “kit esclarecimento” em que mostra aos interlocutores uma espécie de passo a passo de como nasceu e como foi implantado o sistema em Campo Grande.
A história é comprida. Vem desde 2008. Já rendeu até CPI na Assembléia Legislativa, comandada pelo Deputado Amarildo Cruz. A única notícia que restou desse assunto foi que alguns petistas ganharam uns trocados com consultorias milionárias , mas nada de concreto foi efetivado, ou seja, não se saiu do lugar de lá para cá.
Mas o processo judicial está andando a passos lentos. Nelsinho jura e demonstra com documentos e imagens que deixou o sistema de agendamento eletrônica para consultas em ponto de bala. “Só faltava ligar a chave”, costuma dizer. Mas entrou Bernal e embaralhou a fiação. Deu tilte.
Daí começou seu inferno na terra. Para Nelsinho, o atual prefeito está usando o GISA eleitoralmente. Quer usar esse tema na próxima campanha eleitoral, caso venha a ter Trad como seu adversário.
O assunto causa incômodo a Nelsinho porque ele não está conseguindo dar explicações redondas que possam livrá-lo da imagem de gestor imprudente. O fato é que o GISA é um elemento mal cheiroso que ficará pairando no ar durante a próxima disputa para a prefeitura da cidade.