Relatórios obtidos com exclusividade pelo blog reconhecem que a responsabilidade dos conflitos entre índios, produtores rurais e policiais militares, ocorridos em 12 de junho, no município de Caarapó, tiveram predominância da comunidade indígena.
Na ocasião, o confronto causou a morte do indígena Valdilio Garcia e ferimentos em Joziel Benites, Norival Mendes, Catalina Rodrigues de Souza Clodiode Aquileu Rodrigues, Jesus de Souza e Libersio Marques.
O relatório da Comissão dos Direitos Humanos da OAB/MS é direto ao afirmar que “foram os indígenas que tomaram a iniciativa, por conta própria, sem comunicação ou autorização judicial, de invadir propriedades por força da publicação de uma portaria da Presidente da República Dilma Rousseff, sem, contudo, provocarem as autoridades constituídas (...) se tal entendimento fosse realmente favorável, haveria a adoção das determinações judiciais para que tais áreas lhe fossem restituídas”.
No relatório produzido pelo grupo da Comissão Permanente de Assuntos Indígenas (COPAI/OAB-MS) bate no mesmo ponto, afirmando que o líder indígena Tonico Benites, porta-voz da Atyguaçu, reconheceu também que os índios “agiram por conta própria”, não negando “atos de furto, vandalismo, incineração de viatura da polícia militar”.
Noutra parte do documento, lideranças indígenas ouvidas afirmaram que “nunca os produtores tinham utilizado armas para repelir ou tentar impedir as invasões, sempre usavam rojões, contudo, desta vez, além dos rojões, eles atiraram”.
O texto destacou que a aldeia de Caarapó tem aproximadamente 6,5 mil índios, dos quais 1,5 mil participaram do conflito.
No relato da Comissão de Direitos Humanos, os produtores foram uníssonos em confirmar que os “indígenas estavam municiados com armas de fogo (espingarda e revólveres), facões e arcos e flechas”, o que demonstra “o desejo de arriscar tanto a vida dos produtores rurais quanto de seu próprio grupo”.
A CDH da OAB-MS faz um repúdio às atitudes do representante do Ministério Público Federal, visto sua ação parcial no episódio. “Somente aos fazendeiros e produtores foi instaurado processo para apurar formação de milícia e homicídio, sendo que aos indígenas se dá um tratamento diferenciado quando estes também cometeram atrocidades”, afirma o documento.
Os relatórios publicados falam por si só (veja abaixo).
Relatório Questão Indígena Caarapó OAB MS
Relatório CDH Caarapó OAB MS
Relatório COPAI OAB MS
Em especial os relatos de três policiais que foram amarrados e espancados e encharcados com gasolina. Só não morreram queimados graças à intervenção de um pastor da igreja da região.