O político é uma mistura de ator com vendedor. Nos tempos atuais, com a rapidez das comunicações, com a cultura das celebridades, que exige que os espaços públicos sejam ocupados permanentemente no imaginário da sociedade (saturada de informações de diversos padrões), só é possível formar conceitos quando se fornece material que seja elaborado de maneira estratégica e impactante.
É um jogo de inteligência permanente.
Para se comunicar com eficiência é preciso ter adoração por câmeras, eventos, conversas e fofocas.
Projetos transformadores, declarações polêmicas, atitudes ousadas, essas coisas sempre chamam a atenção da mídia e das pessoas. Caso contrário, você vira sorvete de braquiária, fica sem gosto, ninguém lhe dá a mínima.
O governador Reinaldo Azambuja está nesse plano. Sua personalidade esquizóide (atenção, isso não é ofensa, consultem o manual de psicologia) sempre o mantém como figura secundária, recolhida, um passo atrás de si mesmo.
Por isso, o seu governo tem um dono incontestável: Sérgio de Paula, o capitão do mato, o sujeito truculento sempre pronto para tarefas espinhosas e nada republicanas.
Por mais que se gaste dinheiro para intimidar a imprensa, tentando manter uma realidade rósea da realidade, Azambuja não consegue projetar a imagem de um líder político capaz dar uma cara diferente ao Estado, que inclusive simbolize o tucanato no Poder.
A imagem que vem colando em Azambuja é a de bosta seca de vaca: não cheira nem fede, dissolve-se na natureza, dificilmente aduba algum terreno.
Desde que começou seu governo, não consegue dizer a que veio. Seu principal programa de ação, a “Caravana da Saúde”, é uma fraude devido à sua impermanência na alma das pessoas.
Bastaram 20 infelizes morrerem de gripe e a imprensa divulgar três denúncias de falta de atendimento hospitalar que a “ideia” dissolveu-se no ar.
As pesquisas apontam reiteradamente que o Governo é “regular”, descambando para "ruim e péssimo". Talvez agora, com a chamada renegociação das dívidas do Estado, Azambuja possa ter caixa para dizer a que veio, já que algo em torno de R$ 100 milhões por mês ajudam a turbinar a economia e, consequentemente, sua imagem. A esperar.
Mas o problema de base permanecerá. Reinaldo não tem personalidade para se impor na chamada modernidade. Ele sempre será um jeca.
E o mais grave: detesta jornalistas.