Azambuja acha que eleição gira em torno de seu umbigo
“O centro desta eleição vai ser gestão, capacidade gerencial e principalmente capacidade para gerenciar na crise, porque governar na fartura e bonança é fácil. Quero ver governar em crise, com recessão, baixo crescimento e perda de receita. Isso eu acho que vai ser a lógica dessas eleições”. A frase do governador Reinaldo Azambuja, dita hoje num desses eventos de rotina administrativa, pode dar a impressão de certa solenidade analítica - e até ser repetida pelo cordão de áulicos que se servem no seu entorno.
Mas é uma rematada bobagem. Se tomada pelo valor de face, podemos concluir, então, que o eleitor campo-grandense deve reeleger Alcides Bernal, visto que o coitado está gerindo a cidade “na crise”.
Não gostaria de divergir in totum com o Governador. Só percebo que nessas eleições as questões éticas terão relevância acima do nível normal. Estamos vivendo tempos sombrios. Todos os dias há um escândalo novo na praça. A alma brasileira está intoxicada com a bandalha. E o nosso governador diz que o “centro da eleição vai ser gestão, capacidade gerencial”...
Estranho. Na sua campanha em 2014 o tema ético praticamente predominou para diferenciá-lo de Delcídio do Amaral. Agora, fica a impressão de que certos assuntos incomodam e não devem ser falados.
Se for isso, Azambuja está perdido em seu próprio centro.