Nelsinho e Soraya podem tentar a reeleição para o Senado,
mas desta vez o processo está mais complicado
Estou em Campo Grande há alguns dias ouvindo, perscrutando, prestando atenção em conversas aqui e ali, e talvez volte para o litoral catarinense preocupado com a cidade. Parece que a cidade que amo está em lençóis.
A prefeitinha está mal das pernas. Tirante o pessoal que ganhou cargos e assinou contratos, os demais sentem que a coisa não vai, está tudo amarrado e a Câmara Municipal entrou definitivamente numa espiral de baixa, sem salvação. Nosso povo escolhe mal.
Adriane Lopes está virando piada e carregando a senadora Tereza Cristina para o abismo. A escolha de seu secretariado - tirando as exceções de praxe - está sendo vista como um arranjo formulado pelo dono do hospício com o pastor da Igreja. Tem tudo para dar errado.
Mas quem sou eu para julgar e dar minha palavra de fé diante de tantos sábios que sonham em ver a nossa Capital como a melhor cidade do Brasil. Me calo.
Vou torcer pela mulher de Janjo porque, afinal, apostei nela, pois optar por Rose Falsiane e seus miquinhos amestrados seria aceitar que o pior dos mundos é possível.
Acredito que a prefeitinha tem tempo pela frente e poderá alterar o rumo das coisas se tiver a percepção das escolhas erradas que fez nesta primeira hora e colocar a locomotiva nos trilhos.
A única coisa que me deixou um pouco aborrecido foi que durante a campanha perdi alguns amigos e levei alguns processos das bestas quadradas de sempre.
Inclusive um dos processantes me disse que tem certeza de que serei condenado porque ele tem o Juiz da causa no bolso e fez questão, na minha frente, de bater com a palma da mão sobre a calça três vezes, sem se importar com várias pessoas que estavam testemunhando a cena. Agora é assim...
Mundo louco.
Mas o frenesi do debate político atual é sobre as candidaturas ao senado. O nome que vem primeiro é o do ex-governador Reinaldo Azambuja. Como são duas as vagas em disputa, a dúvida é sobre quem ocupará a cadeira hoje de Nelsinho Trad e Soraya Thronick.
Uns dizem que o mandato de Trad tem sido operacional no que tange em repasse de verbas para os municípios, principalmente para os do interior. Que é melhor não subestimá-lo. Que ele tem experiência no manejo das pedras e empuxo na hora de conquistar o eleitor, apesar de se comunicar muito mal, ser dado a chiliques, mostrando-se envelhecido, acreditando que o eleitorado petrificou-se nos últimos anos.
Por isso, sua candidatura exalará um cheiro de mofo, embora tenha gente que goste disso. Nelsinho viajou muito pelo mundo e deve ter aprendido alguma coisa.
Já Soraya seria aconselhável nem tentar. Ela assumiu uma personagem que transita entre a participante rejeitada do BBB com uma madame abilolada do mundo chic do Texas Trumpista.
Ela é muito esquisita. Deve certamente tomar ritalina, pois desconheço uma pessoa tão desarvorada no mundo político quanto ela. Despontará certamente para o anonimato, a não ser que...
Fiquei sabendo que Bolsonaro tem rondando por aqui e já manifestou o desejo de fazer um senador, garantindo seu apoio a Reinaldo.
Se o ex-presidente merecer alguma confiança, ele indicará um nome e concentrará fogo nele. Parece que ele não pode ouvir falar em Nelsinho, Soraya, Polon e alguns outros. Então, quem o Bolsonarismo vai apostar é uma dúvida e a mesa de apostas está em aberto.
Como já escrevi anteriormente, a única certeza que se tem na rodada de 2026 é a probabilidade elevada da reeleição de Eduardo Riedel. Não há nome no horizonte que possa confrontá-lo, apesar de que alguns partidos periféricos lancem candidatos para sedimentar novas lideranças para o futuro.
Este ano serei obrigado por dever de ofício a voltar a Campo Grande algumas vezes para resolver algumas demandas judiciais, fruto de capivaras que surgiram no decorrer da última campanha eleitoral.
Continuo nas mãos da justiça aprisionado pela incompreensão humana que ainda não aprendeu a lidar com liberdade de opinião e expressão.
Políticos e poderosos gostam de adulação, mas são refratários a qualquer manifestação de liberdade. Por mais que o tempo passe, o fascismo latente permanece entre nós. Esse é o Brasil arcaico. Temos que ter paciência e lidar pacientemente com a bolha do planeta dos macacos.