Está gerando certo incômodo o fato de que nem bem terminamos janeiro de 2025 estão todos prestando atenção na pauta do que será 2026.
Muita gente acha isso natural porque a campanha eleitoral de 2022 não passou pelo critério da descontinuidade, muito menos a de 2024 terminou.
O ambiente político permanece vivo. Os incumbentes não estão tendo trégua. Piedade.
Me falam que este sentimento de campanha perpétua é fruto da polarização afetiva. Tem certa lógica.
Aqui em Mato Grosso do Sul basta dar uma passada de olhos nas redes que se percebe, com indubitável clareza, pretensos candidatos em campanha.
Fica a impressão de que o Senado terá mais importância de que o governo do Estado.
São vários nomes que aparecem, mas cita-se muito o ex-governador Reinaldo Azambuja e, mais recentemente, o secretário da prefeitura de Campo Grande Marcelo Miglioli.
Tempos atrás falava-se muito em Vander Loubet, mas agora parece que seu ímpeto arrefeceu.
Claro que muita coisa vai mudar até o ano que vem. O bolsonarismo está querendo fazer uma bancada expressiva no Senado pelas razões sabidas, ou seja, quer colocar a faca no peito do STF.
A região da grande Dourados deseja fazer um senador que possa chamar de seu.
São duas cadeiras em disputa. Não vejo chance para Soraya muito menos para Nelsinho. Minha opinião.
Por isso, tem muitos olhos voltados para estas duas vagas, visto que o nível de incerteza é imenso.
Mesmo Azambuja, que terá uma máquina a seu lado, não tem eleição garantida porque a rapidez das transformações do eleitorado têm surpreendido os mais habilitados especialistas no assunto.
Mesmo considerando que o cenário ainda é de terreno baldio, o jeitão tradicional de conquistar voto tem mudado radicalmente a cada eleição.
São mudanças submersas, em que o eleitor (cada vez mais escolado), provoca surpresas e deixa os "professores de deus" com a brocha na mão.
De meu lado, vou começar a prestar mais atenção nos acontecimentos.
Dizem que a direita e seus extremos estão avançando. Comentam que a pauta identitária está assustando o eleitor médio. Juram que a esquerda está costeando o alambrado da insignificância. Sei lá. Sinal dos tempos, forças contraditórias forjando um novo mundo. Eu quero descer...
As massas estão mais raivosas, ninguém aguenta mais palestrinha de intelectual, e a mídia tradicional do jeito que está pode desaparecer na próxima década. Quem viver, verá.
O que vejo é que tá tudo muito esquisito. Estamos entrando numa fase de autoritarismo soft em todos os países de tradição democrática.
Dizer hoje no Brasil que estamos vivendo numa democracia é piada pueril. Estamos vivendo sob o tacame do careca Nazi Alexandre de Moraes, mandando ver em qualquer deslize que ele acredite estar fora de seus conceitos.
Ainda tenho uma dúvida: não sei se espero passar o carnaval ou se fujo provisoriamente do País. Mas para onde, José?
Enquanto isso, estou lendo meus livrinhos, escrevendo meus poeminhas, pintando meus quadros, enfim, vivendo com aquele medo natural achando que Trump é o prenúncio do apocalipse.