Lula da Silva tem um histórico de saúde que inspira insegurança,
mesmo que a máquina de propaganda diga o contrário
A provável candidatura de Lula à reeleição em 2026, aos 81 anos, coloca o Brasil diante de um debate inevitável sobre as limitações que a idade impõe a um líder e os riscos políticos associados a essa decisão.
A discussão transcende preferências partidárias ou ideológicas e toca em aspectos práticos e institucionais que precisam ser analisados com seriedade.
Sem sombra de dúvidas Lula é uma figura emblemática na história política brasileira. Ninguém ousa dizer ao contrário. Nem mesmo seus opositores mais ferrenhos. Sua trajetória, marcada pela capacidade de mobilizar as massas, consolidou sua posição como um dos líderes brasileiros mais expressivos.
Porém, faço aqui um reparo: a experiência de governos democráticos ao redor do mundo mostra que políticos em idade avançadas enfrentam dificuldades em cargos que exigem alta intensidade física, emocional e performance mental.
Para a afirmação acima, vamos usar como exemplo o ex-presidente americano, Joe Biden. Eleito aos 78 anos, o homem de Delaware enfrentou críticas abjetas ao peso da idade. Sua dificuldade em articular ideias com fluidez foi usada por adversários como argumento contra sua reeleição. Deu certo. Esse desgaste comprometeu sua autoridade, fragilizou sua relação com o eleitorado e Trump está de volta à Casa Branca.
No caso de Lula da Silva, há um agravante adicional: o histórico de saúde recente. A queda sofrida, seguida de cirurgias intracranianas, vem acendendo um sinal de alerta na imprensa.
Não se trata de alarmismo, mas levanta dúvidas. Governar um país complexo como o Brasil exige mais do que experiência - requer energia, capacidade de articulação constante e resiliência para enfrentar crises, sejam elas internas ou externas.
Outro ponto crítico que o PT precisa enfrentar é a questão da sucessão. Se Lula insistir em concorrer, o partido terá pouco tempo para preparar um plano alternativo caso sua candidatura se torne inviável ou caso ele enfrente limitações ao longo de um eventual segundo mandato.
Essa indefinição vem gerando instabilidade entre os companheiros e abrindo espaço para a oposição explorar suas fragilidades.
O assunto não é particular, mas de interesse público. Mandatos exigem gestores que representem o povo e que sejam capazes de cumprir suas funções com eficiência e vigor. Eleger um presidente que terminará o mandato aos 85 ou 86 anos é uma aposta duvidosa em um momento de grandes desafios econômicos para o Brasil
Lula, com sua experiência, poderia exercer um papel de liderança política mais ampla, preparando o PT para a transição e fortalecendo o partido para o futuro.
Insistir na reeleição, diante das limitações impostas pelo tempo, é correr o risco de transformar um governo histórico em um projeto vulnerável. O Brasil precisa de estabilidade e de líderes aptos a enfrentar as adversidades do presente sem comprometer o futuro.
Esse debate não é partidário, mas democrático. Ele precisa ser feito com seriedade, sem paixões políticas, mas com a clareza de que a escolha de 2026 terá implicações profundas para o País.
O Brasil merece um futuro menos incerto e mais preparado para os desafios de seu tempo.